Política

Entrevista – Deputado Rodrigo Pacheco defende candidatura sem “padrinho” em Minas

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O deputado federal e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (MDB), pré-candidato ao governo de Minas, afirma que sua futura candidatura não estará condicionada às bênçãos de algum “padrinho” político. Cortejado por vários partidos para se lançar à disputa pelo governo nas próximas eleições, o deputado diz que só entrará na corrida pelo governo caso consiga reunir forças representativas da sociedade civil, em todo o estado, para resgatar o protagonismo de Minas Gerais.

O vice-governador e presidente estadual do MDB, Antônio Andrade, trabalha para lançar Rodrigo Pacheco como candidato do partido ao governo. Alguns membros do partido, no entanto, tentam manter o apoio à aliança com o governador Fernando Pimentel (PT). Temem não serem reeleitos e pressionaram o Diretório Nacional para seguirem apoiando o PT. Bem colocado nas pesquisas de opinião, Rodrigo Pacheco acredita que a candidatura própria representaria mais fielmente o desejo das bases do partido. “A base do partido deseja candidatura própria. Venho repetindo que a base de prefeitos, vereadores e líderes políticos do MDB tem um desejo mais genuíno”, avalia.

 

Rodrigo Pacheco recebeu, entre outros, o convite do DEM para trocar de partido, mas não informou se vai aceitar. Ele sinalizou, no entanto, que, se não conseguir viabilizar uma candidatura pela própria no MDB deve procurar um outro caminho. “Independentemente de sigla partidária, o fato é que uma futura candidatura, como de resto foi minha vida pública até aqui, será marcada pela independência, não terá padrinho político”, reafirma.

O deputado ressalta que seu futuro eleitoral será guiado pela convergência de ideias e valores éticos, bases para que Minas consiga reverter o flagrante desajuste fiscal que obriga o governo a reduzir investimentos. “E quem sofre com isso é a população mais pobre que enfrenta longas filas nos hospitais, que não encontra vagas para os filhos nas escolas e que convive diariamente com a falta de segurança. Além disso, tem a questão dos atrasos nos pagamento dos servidores públicos e no repasse do ICMS para os municípios”, lembra.

Nós teremos eleições em outubro, também para presidente, mas para governador. O senhor é pré-candidato?

Rodrigo Pacheco: A nossa pré-candidatura está colocada, obviamente que depende de algo muito além da vontade do próprio pré-candidato. Eu compreendo isso. Eu acredito muito na possibilidade da realização de uma convergência de esforços e de forças que se equivalem. Não haverá nenhum tipo de apadrinhamento político, de alguém que queira ser mais protagonista e mais importante que o outro, e a partir do momento que tivermos esse planejamento colocado, de salvação do estado, de equilíbrio das contas públicas, sobretudo de crescimento econômico do nosso estado de Minas Gerais para torná-lo protagonista na esfera nacional, e até internacional, a candidatura será colocada no momento oportuno.

O senhor está filiado ao MDB e insiste em todas as entrevistas que tentará até a última instância continuar lá dentro e buscar uma candidatura própria. O senhor tem um convite do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para ir para o DEM para ser candidato ao governo de Minas?

Rodrigo Pacheco: O PMDB, atual MDB, é o meu primeiro é único partido até hoje. Eu tenho muitos companheiros, especialmente no interior do estado, que me fizeram o apelo de lutar pela candidatura própria do MDB na eleição para o governo de Minas. Eu tenho cumprido esse papel, viajado e estado com os vereadores, prefeitos. É o maior partido de Minas Gerais, e o maior MDB do Brasil é o de Minas Gerais. Então eu tenho esse compromisso muito lealmente com essa base do partido de defender a candidatura própria. Caso isso não se concretize, e essa luta ainda está sendo realizada e trabalhada, avaliaremos as alternativas. Eu recebi com muita satisfação e com muita honra o convite do  DEM, especialmente pelo presidente Rodrigo Maia, e também de lideranças locais do partido. E é um partido muito bom, com pessoas boas, e um ambiente muito positivo. Nós vamos fazer essa avaliação no momento oportuno, acredito que em março a gente possa ter uma definição em relação a isso. Mas independentemente de filiação partidária, temos que ter o compromisso de resgate dos valores de Minas, é o que eu tenho pregado.

Os demais prováveis candidatos já estão se movimentando, fazendo visitas ao interior do estado. Como será a sua jornada?

Rodrigo Pacheco: Tenho compromisso como deputado federal, eu tenho o meu mandato a cumprir, as minhas responsabilidades na Câmara dos Deputados. Eu ainda sou presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Agora teremos a comissão especial para avaliar o fim do foro privilegiado, à qual eu vou me dedicar bastante. Também há a comissão de reforma do Código do Processo Penal. Então, eu tenho as minhas atribuições no âmbito da Câmara dos Deputados. E, no momento que for possível, eu então visitarei todas as lideranças políticas para poder apresentar esse projeto para o estado de Minas Gerais. Então é convergir o meu compromisso parlamentar, o mandato que me foi outorgado como deputado federal com esse trabalho de pré-candidatura. E faço questão de percorrer todo o estado de Minas Gerais para ouvir as pessoas para fazermos um plano de governo que seja um plano de governo consistente, pautado nos números e nos diagnósticos dos problemas do Estado, mas também na percepção pessoal de cada um dos mineiros.

Como o senhor avalia, de modo geral, o cenário político brasileiro e mineiro?

Rodrigo Pacheco: Avalio como um momento de crise institucional, de crise política, de crise ética, que temos que enfrentar com sabedoria. E o melhor e mais eficaz instrumento que nós, mineiros e brasileiros, temos é por ocasião das eleições. Votando nas pessoas que mereçam a nossa confiança. Pesquisando a vida dos candidatos, verificando as propostas que eles têm, se são ficha-limpa, ou não, e votar nos melhores candidatos para tentar mudar a política. Esse é o primeiro passo importante para que a gente consolide a nossa democracia dentro de um ambiente de crescimento do nosso estado, de crescimento do nosso país.

Existem rumores de uma criação de uma frente de oposição à candidatura do governador Fernando Pimentel (PT). Existe mesmo?

Rodrigo Pacheco: É natural que exista esse tipo de especulação porque aqueles que estão em oposição ao governo do estado, entendendo que o governo do estado não  está cumprindo com seus compromissos básicos e não tem condição de perpetuar mais um mandato à frente do Executivo do estado, é natural que essas forças de oposição, em algum momento, tentem se alinhar. Se (essas forças) se alinharão ou não, isso será uma outra discussão no momento adequado. Mas é possível, sim, uma frente de oposição para que possa fazer prevalecer a ideia de que a política a ser feita em Minas não é essa política empreendida pelo governo atual.

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