Política

Vereadores não reeleitos deixam a Câmara para assumir ‘cargo’ de ex-parlamentares

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Do Parlamento para a vida comum, 23 vereadores de Belo Horizonte deixam em janeiro a Câmara Municipal de Belo Horizonte para assumir o “cargo” de ex-parlamentares. Sem sucesso nas eleições e prestes a entrar na estatística do desemprego, eles estão de olho em 2017. Entre os planos, uma vaga no serviço público, o retorno à carreira de servidor, um emprego na iniciativa privada ou investimento no próprio negócio, seja na farmácia, clínica, escritório de advocacia ou imobiliária. Mas, antes de seguir sem o mandato, vereadores que não conseguiram se reeleger viraram o fiel da balança para aprovação de projetos na reta final da legislatura.

Com uma lista de 30 projetos do Executivo para serem aprovados até dezembro, o líder do governo Marcio Lacerda (PSB) na Câmara, o vereador Preto (DEM), disse na semana passada que a própria base do prefeito estaria dificultando a aprovação dos textos, entre eles o Plano Diretor, projeto que dita as regras para ocupação da cidade. Sem conseguir fazer um sucessor e com a renovação da Câmara, Lacerda termina o mandato com a base enfraquecida. Segundo Preto, esses vereadores estariam “magoados” com a falta de apoio do prefeito na campanha. Parlamentares reagiram, cobraram maior discussão dos projetos e criticaram o líder de governo.

Agitada com as mudanças nas cadeiras, a Câmara Municipal assiste a uma renovação história no Legislativo, que este ano alcançou 56% das vagas, com 23 novatos entre os 41 vereadores eleitos. Nas eleições de 2012, esse percentual foi de 53%. Três dos futuros ex-vereadores, optaram por nem se candidatar: Alexandre Gomes (PSB), que depois de seis mandatos volta a se dedicar apenas à carreira de médico; e Daniel Nepomuceno (PPS, que vai focar na atuação como presidente do Clube Atlético Mineiro).

Um dos veteranos da Casa Legislativa, o professor Ronaldo Gontijo (PPS), vice na chapa de João Leite (PSDB), derrotada na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, também havia decidido encerrar a carreira como vereador. “Nunca deixei de ter as minhas atividades lá fora”, conta Gontijo, que deixa a Câmara depois de 24 anos de mandato. Ele vai focar no negócio da família, uma rede de pastelaria, e pretende reativar a clínica de fisioterapia, sua área de formação.

Veré da Farmácia (PSDC), que antes trabalhava em drogarias do Barreiro, agora pretende dar um passo à frente. “Um amigo me propôs sociedade para abrirmos uma farmácia”, comenta o vereador, que não foi reeeleito. Primeiro suplente na chapa de vereadores, Pablito (PSDB) também vai focar nos seus próprios empreendimentos: uma imobiliária e um escritório de advocacia. “Não sei se disputo mais eleições”, anuncia. Quem também vai se dedicar à carreira jurídica é Joel Moreira Filho (PMDB), que continua a lecionar em cursos de direito, e o vereador Sérgio Fernando (PV). “Não tenho pretensão em ocupar espaço em nenhum governo”, afirma Fernando. Presidente municipal do partido, ele permanece à frente da legenda.

Ao contrário de Sérgio Fernando (PV), o vereador Márcio Almeida (PSD), ex-metalúrgico, está ansioso por um convite para trabalhar no serviço público e aproveita para falar seu currículo. “Tenho larga experiência com comunidade. Sempre ocupei cargos públicos de assessor. Espero ser convidado. Se for, eu aceito”, comenta. Já Juninho Paim (PT) está com a vaga garantida. Antes assessor do então deputado federal Miguel Corrêa Júnior (PT), agora secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paim, que tem formação superior incompleta, vai assumir uma pasta na secretaria.

PROMOÇÃO Derrotado nas eleições municipais em BH, Coronel Piccinini (PSB) acabou promovido na vida pública. O resultado das urnas abriu duas vagas para suplentes na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os deputados Deiró Marra e Wander Borges, ambos do PSB, foram eleitos prefeito de Patrocínio, no Alto Paranaíba, e Sabará, na Região Metropolitana de BH, respectivamente. Piccinini vai ocupar uma das cadeiras.

Alguns parlamentares concursados vão voltar para o serviço público, como Doutor Sandro (PMDB), médico na rede municipal, e Leonardo Mattos (PV), que volta ao governo do estado duas décadas depois de se licenciar. “A expectativa é a pior possível. Estou 20 anos mais velho, tenho limitações e lá estarei sozinho. Talvez peça aposentadoria”, afirma Mattos, cadeirante e defensor dos direitos das pessoas com deficiência. Vereador há apenas dois anos, Lúcio Bocão (PP) vai retomar os trabalhos sociais na Cabana Pai Tomás. “Também tenho a pretensão de trabalhar no partido”, reforça. Professor universitário e jornalista, Adriano Ventura (PT) vai aumentar o número de aulas que leciona na PUC Minas para os cursos de comunicação e teologia.

O destino está indefinido para Tarcísio Caixeta (PCdoB), cotado para comandar a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) na gestão do prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS). “Não recebi nenhum convite e nem conversei com ninguém da equipe de transição”, assegura. Engenheiro de minas, Caixeta cogita retornar para a iniciativa privada. Ex-assessor do deputado João Leite, Heleno (PSDB) ainda não decidiu qual rumo tomará no ano que vem. Já o nome de Silvinho Rezende (PSB) está sendo estudado para comandar a Regional Venda Nova no governo Kalil.

Indefinidos
Tarcísio Caixeta (PCdoB), Márcio Almeida (PSD), Heleno (PSDB), Vilmo Gomes (PSB), Elaine Matozinhos (PTB), Bruno Miranda (PDT), Gunda (PRP), Valdivino (PSB) e Pelé do Vôlei (PSB) ainda não definiram planos para 2017 ou não foram localizados.

Fonte: Jornal Estado de Minas

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