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Área de segurança para motos começa a ser implantada e gera confusão

A primeira impressão das áreas de espera segura reservadas para motociclistas, chamadas de motoboxes, que começaram a ser implantada nesta terça-feira (17) em Belo Horizonte, para os condutores belo-horizontinos foi de confusão. Porém, alguns desses motoristas observam a medida com esperança e acreditam que ela possa ajudar a evitar acidentes.

Dentre os 15 pontos que receberão as áreas de segurança ao longo da avenida Cristiano Machado, segundo informou a BHTrans, está um ponto localizado no bairro Ipiranga, na região Nordeste da capital, por onde a inserção foi iniciada nesta manhã de terça-feira.

Os motoristas que passaram pelo local afirmam ter sido pegos de surpresas. “Parei para perguntar do que se tratava e achei interessante a iniciativa devido a segurança. Acho que deveria ser implantado esse projeto em toda cidade de Belo Horizonte”, explicou o professor de educação física Luiz Lisboa, de 27 anos.

 Os condutores de veículos de passeio que disputam lugar com as motos no asfalto também aprovaram a medida. “Os motoqueiros passam entre os carros, em um espaço pequeno, chutam retrovisor. Acho que esse espaço de preferência pode ser bom para essa arrancada deles. Mas eficiente mesmo seria a educação no trânsito, se os motoristas e motociclistas se respeitassem mais”, alertou Marcelo Henrique Gonçalves, de 35.

Essas áreas de segurança compreendem a espaços instalados à frente do semáforo, que contam com 5 metros de largura e podem chegar a abrigar 24 motociclistas, cada. O objetivo é que as motos permaneçam neste local, posicionadas na frentes dos carros, formando um corredor, até a abertura do sinal.

A medida entrou em vigor em caráter experimental por 90 dias. Durante este prazo, muitos motoristas que invadirem as faixas reservadas não serão multados, já que a implantação ainda é analisada.

“A intenção é evitar essa competição entre motociclistas e carros. Com esse espaço, as motos ficam na frente dos carros, formando um pelotão e não impedido a visibilidade dos condutores e dos pedestre. Dessa forma, evitamos os acidente, uma vez que as motos não vão surgir entre os corredores”, explicou superintendente de Operações da BHTrans, Fernando de Oliveira Pessoa.

A implantação do projeto, que já é utilizado em países da Europa, como Espanha, começou a ser pensada no início deste ano. No Brasil, a cidade de São Paulo já conta com 300 pontos de motoboxes, o que mostra que o Estado vizinho se adaptou bem ao projeto.

Em Belo Horizonte, a implantação começou pela avenida Cristiano Machado já que a BHTrans entende que nela ocorrem mais acidentes envolvendo motociclistas. Porém, o órgão informou que não há um levantamento do número de colisões ocorridos na região.

As outras 14 áreas de segurança serão implementadas até o fim de maio também em caráter experimental.

Motociclistas atendidos no HPS

Os números de motociclistas vítimas de acidentes de trânsito atendidos apenas pelo Hospital de Pronto-socorro (HPS) João XXIII, no ano passado, assustam.

Um levantamento da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) aponta que 6.666 motociclistas foram atendidos em todo o ano passado. Em 2016, do início do ano até abril, foram 2.136 atendimentos.

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