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Bienal do Livro de Minas foca nos jovens leitores e homenageia Murilo Rubião

Um escritor mineiro comparado a Kafka marca o estilo da escrita na 5ª Bienal do Livro de Minas, que ocupa o Expominas de 15 a 24 de abril. A homenagem vai para Murilo Rubião, no centenário de seu nascimento.

Autor do onírico, da metamorfose, das criações inverossímeis, ele morreu em 1991, deixando obras consagradas, como “Teleco, o Coelhinho”, “O Ex-Mágico” e “O Pirotécnico Zacarias”.

O evento proporciona o encontro desse ícone com os autores e o público jovem, responsáveis pelo boom da literatura fantástica. O curador do Café Literário, Rogério Pereira, define a escolha: “Rubião pode não ganhar nada com a sua leitura dos livros dele. Mas você certamente ganhará”. Motivo também são os 50 anos do Suplemento Literário de Minas Gerais, criado por ele.

Preparado especialmente para os jovens, o espaço Geek & Quadrinhos tem curadoria de Afonso Andrade (do Festival Internacional de Quadrinhos de BH) e Eduardo Damasceno.

Dois autores vão falar sobre o gosto pela escrita fantástica. Para Samuel Medina, autor de “Patos Selvagens”, a realidade ganha novos significados “através do sonho e do devaneio”. Jim Anotsu é fã da saga de Harry Potter e acha esse estilo muito divertido. Vão dividir o espaço com mangás, HQs, RPG e jogos de tabuleiro.

A diretora da Bienal, Tatiana Zaccaro, diz que o evento há muito deixou de ser espaço de venda de livro para se tornar um “programa familiar”, com atividades que vão desde a teatralização das histórias infantis até debates que incluirão a crise política do Brasil, com o escritor Luiz Ruffato e a jornalista Miriam Leitão.

Autores

Dentre os convidados estão Mary del Priore, Ruy Castro, Heloísa Seixas, Edney Silvestre, Carlos de Brito Melo, Jacques Fux, Marcelino Freire, Eduardo Spohr, Paula Pimenta, Thalita Rebouças, Affonso Solano e Bruna Vieira. Uma mesa de destaque será o encontro de Martha Medeiros e Xico Sá para falar de mulheres.

Rogério Pereira pede que os governos intensifiquem as políticas de incentivo à leitura, enquanto Tatiana Zaccaro afirma que a Bienal abre espaço também para debates com bibliotecários e professores. Para ambos, toda iniciativa em que o livro seja protagonista deve ser valorizada.

Sessão de Gala

O escritor mineiro Humberto Werneck e o professor e tradutor Sérgio Alcides farão a Sessão Gala de Abertura – Patrono Murilo Rubião, às 19h da sexta-feira, dia 15 de abril.

Além da relevância para a literatura, vão tratar do perfeccionismo do homenageado, que escreveu ao todo apenas 33 contos, reescritos à exaustão. A mediação ficará sob responsabilidade do também escritor Carlos Herculano Lopes.

No sábado, o assunto é a autoficção, muito comum na literatura brasileira. Na mesa, Heloísa Seixas e Paulo Scott. Logo depois, Ruy Castro e Carlos de Brito e Melo debatem “Este clássico é meu”, revelando as bibliotecas particulares que permeiam suas obras literárias.

Domingo será dia de se falar de um assunto de muito interesses dos escritores: é possível viver de literatura? O debate fica entre Marçal Aquino e Marcelino Freire. Apesar dos baixos índices de leitura no Brasil, a proliferação dos eventos torna possível o sonho dos autores.

A organização da Bienal do Livro Minas espera um público de 260 mil nos dez dias de evento. A entrada custa R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Alunos das escolas estaduais vão receber vale-livros no valor de R$ 20 para comprarem livros no pavilhão do Expominas.

Programação completa no site www.bienaldolivrominas.com.br

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