O Mercure Hotel Lourdes, em Belo Horizonte, recebeu profissionais
de eventos de todo o país durante dois
dias de palestras e debates
Público durante as palestras do II Congresso Brasileiro
dos Promotores de Eventos
(Foto: Bianca Crispim)
*Felipe de Jesus e Heberton Lopes/GBC Conteúdo
O segundo e último dia do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos foi encerrado após diversas palestras e debates sobre vários aspectos da cadeia de eventos, como estruturação, patrocínios e tecnologias. Cerca de 500 profissionais do segmento, de todo o país, participaram da iniciativa, que teve como um dos principais frutos a união dos associados da ABRAPE em torno de objetivos comuns, como a pauta prioritária do primeiro dia, as negociações com o ECAD.
De acordo com Lucyano Serrano, Presidente da LSPRO – BH/MG, que proferiu a palestra Estruturação de Eventos, uma das primeiras preocupações que os organizadores devem ter é exatamente com o artístico. “Com certeza uma das maiores dificuldades de se produzir um evento é a montagem da grade artística. Porém, cada vez mais vemos as grandes produções buscando por espaços interativos e novas experiências que vão além dos shows para tornar o evento inesquecível. Então acho que a tendência que está vindo para ficar é esse pensar fora da caixa. Ou seja, a agregação de projetos diferentes e rápidos que levam o público a outras emoções”, comentou.
Já para Jonas Leão, Engenheiro de Segurança, que também participou da palestra Estruturação de Eventos, a aprovação e liberação de eventos juntamente com o Corpo de Bombeiros deve ter uma atenção especial. “É muito importante que o profissional de segurança do evento preveja e possibilite todas as soluções possíveis de sinistro para atender as instruções técnicas de tramitação do projeto e um alinhamento estratégico das demandas logísticas com a visão organizacional. Assim, o produtor evita problemas junto ao Corpo de Bombeiros facilita a liberação do evento”, completou.
Giuseppe Mazzoni, arquiteto da GMF Arquitetura – Salvador – BA, aproveitou sua experiência no setor e falou sobre o Festival de Verão e do Réveillon de Salvador. “O profissional tem que elaborar as propostas de imagem, espaços, conteúdo, estrutura, enfim a viabilidade logística geral de um evento”, explicou o arquiteto como exemplo a experiência da construção imagética do evento.
O desafio da captação de patrocínios também foi um dos temas discutidos durante o encontro. Quem ministrou a palestra foi Hugo Morais, gerente Regional de Marketing da Ambev. Durante a explanação, ele demonstrou como são definidas a atuação e a aplicação de cada marca no mercado. Além disso, falou um pouco sobre quais as bases vão impactar e convencer os patrocinadores a serem parceiros dos projetos e também como as marcas definem suas áreas de atuação.
Patrícia Tavares, da Du Brasil Eventos, apresentou os impactos na economia da realização de eventos, como, por exemplo, geração de empregos, provocando distribuição de renda. A Gestão de Espaços para Eventos foi tratada pelo produtor Patrick Ribeiro, de Vitória/ES. Para o gestor, o mercado de estruturas deve ser levado a sério, mas para quem deseja investir, é preciso primeiro ter muita disposição. “Estamos firmados em Vila Velha, mas começamos nosso trabalho há anos. O bacana é que com nossa estrutura, podemos nos arrastar para outros locais para atender qualquer artista. Já atendemos Biquíni Cavadão, Skank, Pabllo Vittar, Sandy, Tiago Iorc, Bell Marques, Aviões do Forro e outros”, exemplificou.
Sobre os roubos de celulares que vem sendo um dos grandes problemas em eventos, Athaynar Kelly Lage Barbosa, advogada, da Lage Barbosa Advocacia e Consultoria, explicou que os assaltos em shows passam também pela responsabilidade dos organizadores. “As pessoas que prestam serviço de qualidade primam pela segurança e por isso se organizam para ter uma vigilância reforçada e assim se eximem de qualquer problema. Mas claro que a responsabilidade deve também passar pelo portador do aparelho”, comentou.
Dando continuidade a questão de segurança em shows, Nayara Oliveira, da Porto Seguro, falou sobre a relevância de se ter mais segurança estrutural nos espaços para o público. “Muitos shows acabam tendo uma má imagem na mídia nacional porque alguns organizadores acabam não se preocupando com a estrutura para o público. Quem não se lembra dos palcos que caíram recentemente de artistas de peso da música nacional levando várias pessoas para os hospitais? A questão do seguro chega para cobrir tudo isso, desde o início do evento até o fim. Assim damos a dica de que é preciso informar sempre o público real que vai comparecer ao evento e buscar um profissional que possa oferecer uma consultoria e apoio. Dar amparo é fundamental em um evento”, concluiu.
A respeito do uso das tecnologias nos eventos, Jose Renato Hopf, Ceo da 4all Tecnologia, Porto Alegre/RS, disse que as tecnologias podem aliar praticidade ao mercado de entretenimento. “É preciso se adaptar o mais rápido possível para transformar transações dentro das empresas. Assim, indicamos que apostar em tecnologias é otimizar resultados”, comentou. Para Arthur Afonso, publicitário, Head of digital do Grupo All – Florianópolis/SC, as redes sociais chegaram para dar mais espaço para quem queria apostar em resultados. “Antes usávamos os jornais para divulgar, ou seja, quem tinha dinheiro anunciava, quem não tinha não anunciava. Hoje, com a internet, temos mais do que isso. Atualmente, sete entre 10 pessoas pagam para ter conteúdos ‘bombados’ na internet. Os vídeos, por exemplo, estão em alta e nesse nicho de mercado muitos produtores estão conseguindo sucesso. A ideia é seguir um passo a passo sabendo quem é o nosso público, tudo flui melhor ainda”, comentou.
O presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim, avaliou de forma positiva a segunda edição do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos. Para o gestor, que também é diretor da Cadoro Eventos, o evento foi uma ótima oportunidade de estreitar os laços entre os promotores de eventos de todo o país. “Foi uma ótima oportunidade para obter mais capacitação e entender um pouco mais sobre a cadeia produtiva do setor de eventos, como também uma chance de aumentar a rede de contatos, conhecer produtores e promotores de eventos de várias regiões do Brasil e também fomentar negócios”, concluiu.