Com direção de Eduardo Tolentino de Araújo, o espetáculo traz no elenco Bárbara Paz, Zécarlos Machado, Augusto Zacchi, André Garolli, Fernanda Viacava e Noemi Marinho. Os figurinos são da consultora de moda Gloria Kalil, e o cenário de Ana Mara Abreu e Alexandre Toro.
Após sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, “Gata em Telhado de Zinco Quente”, clássico de Tennessee Williams, estreia para o público mineiro no dia 21 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte. A montagem é do Grupo TAPA, com direção de Eduardo Tolentino de Araújo, tradução de Augusto Cesar e traz no elenco Bárbara Paz, Zécarlos Machado, Augusto Zacchi, André Garolli, Fernanda Viacava e Noemi Marinho.
Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1955, o texto de Tennessee Williams (1911-1983) foi adaptado para o cinema em 1958, e recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator para Paul Newman e Melhor Atriz para Elizabeth Taylor – no papel agora interpretado por Bárbara Paz.
A peça, que conta a história de uma família obcecada pela herança do patriarca doente, revela-se bastante atual na sua abordagem da ambição e da competitividade desmedidas em nome da riqueza material e do status. As semelhanças se acentuam ainda mais pela região onde se passa a ação, Sul dos Estados Unidos, que tem passado escravagista assim como o Brasil: “Esta família de latifundiários mimados e sem valores culturais permanece presa aos preconceitos e à juventude”, explica Eduardo Tolentino sobre os personagens deste texto que ainda espelha nossa sociedade.
O projeto da montagem de “Gata em Telhado de Zinco Quente” nasceu durante a série de estudos promovidos pelo Grupo Tapa sobre os textos curtos de Tennessee Williams. As adaptações geraram novas traduções, comandadas então pela pesquisadora teatral, professora universitária e tradutora Maria Sílvia Betti. O material foi editado pela É Realizações, chegando agora ao 4º volume da série com a tradução assinada por Augusto Cesar para o clássico “Gata em Telhado de Zinco Quente” – versão utilizada nesta montagem.
Os figurinos são da consultora de moda Gloria Kalil, que pela primeira vez assina um figurino teatral: “Figurino para teatro é muito diferente de desfile, que a pessoa passa rapidamente e você fica com a sensação da roupa. E também do cinema, já que a roupa é trocada. No teatro ela é muito presente, está o tempo inteiro em cena e próximo do público, então é muito difícil”, observa Gloria, especialmente escolhida por Eduardo Tolentino para a função. ”Optamos por não datar esta montagem, mas queria que as roupas tivessem um toque dos anos 50, pano de fundo do texto original. Por isso procurei por alguém que, mais que figurinista, entendesse de estilo” conta Tolentino.
O elenco é formado por atores do Grupo TAPA e atores que regularmente trabalham com o grupo. A montagem marca a volta da premiada atriz Noemi Marinho, que não atuava com o Grupo desde os anos 1990. Noemi é atriz, dramaturga e diretora, e já ganhou os Prêmios APCA 1978 de Revelação de Atriz, Mambembe 1988 de Melhor Atriz, APETESP 1988 de Revelação de Autor, Shell 1991 de Melhor Autor e APETESP 1993 de Melhor Autor.
Na pele de Maggie Pollitt, a atriz Bárbara Paz acabou de ser indicada ao prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) na categoria de melhor atriz no começo de agosto.
SINOPSE
A peça narra a celebração do aniversário de 65 anos de Paizão (Zécarlos Machado), um rico patriarca de uma família sulista americana. Ele recebe, ao lado de Mãezona (Noemi Marinho), a visita dos filhos Brick (Augusto Zacchi) e Gooper (Andre Garolli), acompanhados das respectivas esposas, Maggie (Bárbara Paz) e Mae (Fernanda Viacava). Paizão ignora que tem um câncer terminal. Gooper e Mae tem cinco filhos, esperam o sexto e cobiçam os milhões do velho. Brick, alcoólatra e ex-astro de futebol americano, vive um casamento infeliz e sem filhos com a frustrada Maggie, que o ama mas não é correspondida. Num dia de calor intenso, a ambição pela herança de Paizão deflagra conflitos de forma inesperada e implacável. Intimidades são dissecadas e expostas de forma devastadora, numa explosão de revelações pessoais e familiares.
GRUPO TAPA
O TAPA foi fundado em 1974 na PUC-RJ, quando alunos de diversos cursos decidiram fazer teatro amador. À época, chamava-se Teatro Amador Produções Artísticas (T.A.P.A.). O nome deixou de ser uma sigla cinco anos depois, quando o grupo se profissionalizou. Em 1986 transferiu-se para São Paulo, onde ocupou o Teatro da Aliança Francesa como sede permanente por 15 anos.
O grupo se notabiliza pelo teatro de repertório e a montagem de clássicos: entre os autores encenados estão Shakespeare (A Megera Domada), Bernard Shaw (Major Bárbara), Anton Tchekov (Ivanov), August Strindberg (Camaradagem), Oscar Wilde (A Importância De Ser Fiel) e Luigi Pirandello (Vestir Os Nus); e também brasileiros como Arthur De Azevedo (A Casa De Orates), Nelson Rodrigues (Vestido De Noiva) e Jorge Andrade (Rasto Atrás).
Com 35 anos de bons serviços prestados ao teatro brasileiro, o TAPA já recebeu mais de 80 prêmios, entre Shell, Mambembe, Molière, APCA, Qualidade Brasil e Governador do Estado.
TENNESSEE WILLIAMS
Dono de um invejável currículo na literatura, no teatro e no cinema, Tennessee Williams (1911-1983), autor de mais de uma centena de peças, pode ser considerado hoje um dos dramaturgos mais aclamados e bem-sucedidos do século XX. É um dos poucos a terem realizado a façanha de levar para casa dois prêmios Pulitzer, um Tony e duas indicações ao Oscar. Também foi eternizado pela crítica como um dos autores mais influentes de sua geração e o de maior relevância numa época marcada por censuras e barreiras. Seus textos afiados, marcados por diálogos inteligentes e por duplos sentidos, elevaram a dramaturgia americana a um nível de refinamento e força acima do esperado à época.
Nascido Thomas Lanier Williams em 26 de março de 1911 na cidade de Columbus, no Mississippi, ele nunca teve uma relação fácil com seus familiares. Seu pai, Cornelius, era um ex-integrante do exército alcoólatra, que descontava na família toda sua raiva com a vida, em especial com Tennessee, além de ser suspeito de tentar abusar sexualmente de sua filha. Sua mãe tinha transtornos sérios de personalidade e sua amada irmã, Rose, com quem mais tinha apego, era portadora de esquizofrenia, sofrendo uma lobotomia ainda muito nova, o que acabou deixando-a incapacitada. Depois de crescido, tímido e reprimido, ele acabou se descobrindo homossexual quando foi obrigado a servir no exército, na mesma medida que foi descobrindo uma vontade incontrolável de escrever histórias, que geralmente se focavam em dramas familiares similares aos seus. A partir de então foi seguindo seu próprio caminho até ganhar reconhecimento com suas peças e se tornar quem nós conhecemos hoje.
FICHA TÉCNICA
Texto: Tennessee Williams
Tradução: Augusto Cesar
Direção: Eduardo Tolentino de Araujo
Elenco / Personagem:
Bárbara Paz / Maggie
Augusto Zacchi / Brick
Fernanda Viacava / Mae
Noemi Marinho / Mãezona
André Garolli / Gooper
Zécarlos Machado / Paizão
Figurino: Gloria Kalil
Cenário: Ana Mara Abreu e Alexandre Toro
Iluminação: Nelson Ferreira
Supervisão Musical e Sound Design: Marcelo Pellegrini
Produção Musical: Surdina
Hair Stylist: Ricardo Rodrigues
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Arte: Rafael Branco
Produção Executiva Local: Rose Campos
Produção Executiva: Paloma Galasso
Produção Geral: Cesar Baccan / Baccan Produções
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Idealização: Grupo TAPA
SERVIÇO
“Gata em Telhado de Zinco Quente”
Centro Cultural Banco do Brasil BH – Teatro 1: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, BH/MG
Temporada: 21 de outubro a 28 de novembro de 2016 – sexta, sábado, domingo e segunda às 20h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) – Clientes BB tem 50% de desconto em até 02 ingressos
Duração: 120 minutos
Recomendação/Classificação: 14 anos
Gênero: Drama
Horário da bilheteria do CCBB: de sexta a segunda, das 14h às 21h
Informações CCBB: (31) 3431-9400
Capacidade do teatro: 264 lugares