Gilvan Samico – Pe. Cícero Romão – 1974 – Óleo sobre aglomerado.
A exposição está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) até o dia 7 de março de 2022
Em cartaz até o dia 7 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH), a Mostra Movimento Armorial 50 Anos conta com ferramenta de acessibilidade e inclusão, possibilitando que todos os públicos tenham a oportunidade de conhecer e se encantar pelo rico universo desse movimento, que foi encabeçado por Ariano Suassuna (1927-2014) e lançado na década de 1970, no Recife.
Ao visitar a exposição, o público pode ter em mãos o aplicativo Musea, que conta com audioguia bilíngue e visita guiada em libras. Todo o conteúdo da mostra está reunido na plataforma de tal forma que cria uma experiência multicamadas de arte e memória para todas as pessoas. “Queremos possibilitar o acesso a este universo tão rico do Armorial e a arte em geral para diversos públicos e esta parceria com o aplicativo Musea é essencial para que a ação se torne real”, explica a idealizadora e produtora da Mostra, Regina Godoy.
Já Luís Mauch, um dos fundadores da plataforma, traz os detalhes do processo de construção do conteúdo. “Antes de disponibilizar o conteúdo, nós fazemos testes com os usuários. Nesse processo contamos com a parceria da ONG Mais Diferenças, que produz grande parte do material. Um trabalho feito a várias mãos e construído junto com a curadoria.
Além disso, segundo Mauch, o usuário tem acesso a um conteúdo complementar dentro da ferramenta, como uma playlist de música armorial, ou um vídeo em libras de uma visita guiada com a curadora da mostra, Denise Mattar, o que amplia a percepção de cada frequentador sobre a exposição. “O Musea pode ser utilizado de várias formas. Seja antes da visitação, para já criar uma ideia; durante a visita como um guia, e depois para complementar a experiência. Ou mesmo visitar somente de forma digital”, complementa Mauch. Tudo isso para proporcionar uma visita com maior riqueza de detalhes para todos os públicos, onde o próprio visitante pode montar sua visita.
A Mostra Movimento Armorial 50 Anos vai se despedindo de Belo Horizonte, mas já tem um novo circuito confirmado com patrocínio do Banco do Brasil e do BB Seguros em outros três Centros Culturais Banco do Brasil. A próxima cidade será o Rio de Janeiro, com abertura prevista para o próximo dia 29 de março. Depois, será a vez de São Paulo (com estreia em 19 de julho) e, por fim, Brasília, cidade onde chega em 12 de outubro e encerra a temporada em 31 de dezembro de 2022.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
A exposição está organizada em quatro núcleos, distribuídos nas salas do terceiro andar do CCBB da capital mineira. Em cada um deles foi definido um tratamento expográfico exclusivo que traz à tona a diversidade, as tradições e as mais representativas raízes da cultura popular nordestina. Tal qual idealizado por Ariano Suassuna. E, conforme explicitado pela produtora Regina Rosa de Godoy, de forma mágica, lúdica, plena de humor. Um humor que faz pensar”.
O texto de apresentação, assinado por Denise Mattar, é o primeiro passo da imersão do visitante no fascinante universo da arte Armorial. Na sequência, chega-se ao primeiro núcleo, intitulado Ariano Suassuna, Vida e Obra. A exposição trará cronologia, livros, manuscritos e vídeos de suas famosas aulas-espetáculos. Um mergulho cultural, enfim, no fértil e amplo imaginário criativo do mestre. Nesta etapa, também ganha destaque o alfabeto sertanejo, criado por Ariano com base na pesquisa Ferros do Cariri, uma Heráldica Sertaneja.
No próximo núcleo, denominado Armorial Fase Experimental, o visitante entrará em mais um ambiente repleto de cultura e tradições. Agora navegando pela música, dança e artes plásticas. A exposição resgata, neste momento, por exemplo, o trabalho da Orquestra e do Quinteto Armorial, grupo que surgiu com o Movimento, em 1970, e atuou até 1980, com a exitosa intenção de criar uma música de câmara erudita com influência popular.
O premiado Quinteto Armorial reuniu como integrantes figuras consagradas da música, como o maestro, violinista e compositor Antônio José Madureira e o multiartista Antônio Carlos Nóbrega. O grupo gravou quatro LPs, discografia que a exposição revisita com capas de discos, além de fotos e instrumentos musicais, para aproximar, melodicamente, o público do universo armorial.
Neste mesmo espaço abrem-se também as cortinas para o Teatro Armorial, com figurinos assinados pelo ceramista e artista plástico pernambucano Francisco Brennand (1927-2019) para o filme A Compadecida (1969). A produção foi baseada na consagrada peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, que assinou o roteiro do filme e ganhou um remake em 2000, o que ajudou a massificar a obra de Ariano Suassuna em todo o Brasil.
Na dança, toda a beleza e graciosidade do Balé Armorial do Nordeste, retratado em galeria de fotos. O visitante passa, a partir daí, a entrar mais intensamente no universo das artes plásticas do Armorial, por meio das obras dos artistas Aluísio Braga, Fernando Lopes da Paz, Miguel dos Santos e Lourdes Magalhães. Haverá, também, a Sala Especial Samico, um merecido destaque que dialoga, de acordo com os organizadores da mostra, com a coerência e permanência do trabalho do artista Gilvan Samico (1928-2013), conhecido por suas xilogravuras, alinhado, até 2013, aos princípios do Armorial.
MARACATUS, REISADOS, ILUMIARAS, XILOGRAVURAS E CORDÉIS
No seu terceiro núcleo, a exposição apresenta a Segunda Fase do Movimento Armorial trazendo à cena as iluminogravuras de Ariano Suassuna, nas quais o escritor interage com o artista plástico. O autor produziu dois álbuns, cada um contendo dez pranchas: Sonetos com Mote Alheio (1980) e Sonetos de Albano Cervonegro (1985) que juntos formam uma autobiografia poética. Também são apresentadas nesse módulo as gravuras e cerâmicas de Zélia Suassuna, painéis fotográficos das Ilumiaras Acauhan, Jaúna, Zumbi, Suassuna e Pedra do Reino. Complementa esse módulo o conjunto Armorial Hoje e Sempre, com obras de artistas como Manuel Dantas Suassuna e Romero de Andrade Lima. A dança mais uma vez é retratada com fotos, figurinos e projeções, através do Balé Grial, criado por Ariano e pela bailarina e coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo. Assim como produções de Cinema e TV, realizadas a partir das peças teatrais de Suassuna, como Farsa da Boa Preguiça, A Pedra do Reino, O Auto da Compadecida, Lunário Perpétuo.
No quarto módulo da mostra: Armorial – Referências, o visitante poderá contemplar a beleza das xilogravuras, assinadas, entre outros, pelos Mestres J.Borges, Noza e Dila, e também a Cidade de Cordel, criada especialmente para a exposição por Pablo Borges, filho de J.Borges. Trata-se de um espaço instagramável que vai permitir uma lúdica viagem pela cultura popular, com seus causos e singularidades. Finalizando a exposição há referências a folguedos populares, como o Maracatu, o Reisado e o Cavalo-Marinho, reunindo máscaras, trajes, estandartes e adereços.
SERVIÇO
“Movimento Armorial 50 anos”
De 22 de dezembro de 2021 a 07 de março de 2022
De quarta a segunda, das 10h às 22 horas.
Ingressos gratuitos, retirados pelo bb.com.br/cultura.
Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.
Link para visita guiada em libras e audioguia: https://www.musea.art.br/exibicoes/32390af0-f799-475d-9247-d613bac17825
Circuito Liberdade
O Centro Cultural Banco do Brasil é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas. Acesse o site do CCBB em: bb.com.br/cultura.
Protocolo de funcionamento do CCBB durante a pandemia de Covid-19
Para acesso ao prédio do CCBB Belo Horizonte é indispensável a emissão de ingresso online. Antes de agendar sua visita, leia com atenção as informações disponíveis em bb.com.br/cultura, que fazem parte do novo protocolo de funcionamento do CCBB Belo Horizonte, conforme Decreto Municipal 17.361 de 22 de maio de 2020.
– Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 22h.
– Acesso ao prédio: livre, porém restrito ao limite de lotação previsto nos protocolos de saúde. Não há estacionamento para visitantes.
– Oriente-se pela sinalização e mantenha a distância de 1 metro.
– Bilheteria: os ingressos devem ser emitidos, preferencialmente, pelo site bb.com.br/cultura com apresentação do QR Code na entrada do CCBB.
– O ingresso é válido para o dia agendado.
– Guarda-volumes: está suspenso. Use somente o indispensável para sua visita.
– Não é permitida a entrada nas salas de exposição portando mochilas, malas e bolsas superiores a 50 x 60 x 10 cm (LxAxP), tampouco portando capacetes.
– Bebedouros: os bebedouros foram adaptados e a utilização é somente para coleta de água com recipientes individuais.
– Máscara: uso obrigatório, cobrindo o nariz e a boca, durante a permanência no CCBB.
– Exposições: a visitação tem fluxo unidirecional. Oriente-se pela sinalização e uma vez iniciada a visita não retorne ao ponto inicial.
– Teatro: acesso somente mediante apresentação de comprovante da 2ª dose da vacina contra covid-19 ou do resultado negativo em teste do tipo RT-PCR, realizado até 48h antes do evento, ou teste rápido de antígeno, realizado até 24h antes do evento, acompanhados de documento com foto.
– Elevadores: pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou que precisem de acompanhamento possuem atendimento priorizado. Recomendamos o uso das escadas aos demais usuários.
– Banheiros: limitação da capacidade além da instalação de dispensadores de álcool gel.
– Entrada e saída acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem entrar e sair pela rua Claudio Manoel.