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Em ano fraco, microempreendedores devem buscar oportunidades em setor de serviços, dizem especialistas

2 Min leitura
*POR MARCELLO CORRÊA (O Globo)

 

RIO – Apesar das perspectivas negativas para a economia brasileira nos próximos meses, 2015 pode ser um bom ano para abrir um pequeno negócio. Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo GLOBO, que consideram que a maior cautela de grandes companhias por causa do ambiente mais difícil pode abrir espaço para pequenos negócios, principalmente os de baixo investimento. Setores como microfranquias de serviços, turismo e alimentação estão entre as recomendações.

LISTAMOS: 15 SETORES PARA INVESTIR EM 2015

Para Cesar Kirszenblatt, gerente de conhecimento e competitividade do Sebrae-RJ, o mais indicado para quem quer começar a empreender neste ano é ficar de olho nas pequenas franquias de serviços, como as dedicadas a pequenos reparos. Segundo o especialista, são setores que exigem investimento baixo e podem gerar retorno rapidamente.

— Dependendo do que for, um negócio como esse pode ser feito fora de um estabelecimento fixo e sem a necessidade de estoques nem matéria prima. Em franquias tradicionais, o tempo de retorno pode chegar a 40 meses. Mas as microfranquias de serviços têm um tempo bem menor e se caracterizam pelo baixo investimento, de R$ 40 mil — analisa Kirzenblatt.

O ano também será marcado pela reta final da preparação para as Olimpíadas. Para quem está no Rio de Janeiro, as oportunidades estarão nos serviços de turismo e de cursos de línguas, voltados a profissionais que quiserem se preparar para atender os visitantes. Reformar uma casa para abrir um hostel, por exemplo, pode ser uma forma de aproveitar a alta da movimentação na cidade.

— O turismo está mais contínuio. A partir do Ano Novo, o turista já permanece no estado — afirma o consultor do Sebrae.

Luiz Guilherme Manzano, gerente de apoio a empreendedores da Endeavor, acredita que as oportunidades em 2015 serão aquelas que solucionarem problemas básicos pelos quais o Brasil ainda passa, como mobilidade, energia e acesso a serviços públicos. Para ele, quem conseguir solucionar problemas do dia a dia, como os aplicativos para chamar táxi fizeram, conseguirá se sair bem mesmo em ano de PIB fraco.

— O empreendedor que olha PIB não cresce. Se ficar olhando, você nunca vai ser uma empresa de porte maior. A gente sempre provoca nossos empreendedores a pensarem muito que, quando está todo mundo poupando investimento, é o momento de conquistar mercado.

Kirszenblatt, do Sebrae, alerta, no entanto, que será preciso evitar ao máximo tomar dinheiro emprestado. Com a previsão de que o Banco Central aumente a taxa básica de juros neste ano, o crédito ficará mais caro. O recomendado é começar o negócio com reservas próprias:

— É o momento de não buscar financiamento no sistema financeiro. Uma dica é usar recursos que você iria aplicar na compra de um imóvel, por exemplo, e apostar no negócio.

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