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Apesar do crescimento de 0,5% em julho na comparação com o mês anterior, a indústria mineira está longe de se recuperar das perdas acumuladas no ano (-1,3%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor registra quatro quedas consecutivas, sendo a última, registrada no mês de julho, de 3,7%.
O quadro atual ainda é negativo devido à influência da alta taxa de juros, oscilação do câmbio e inflação, segundo análise do economista da Coordenação de Indústrias do IBGE, Fernando Abritta.
“O comportamento da indústria de Minas Gerais acompanha a tendência da indústria nacional, que cresceu timidamente na comparação entre julho e agosto (0,7%). Mas é só um pequeno alento. Não há uma reversão da tendência de queda” comenta Abritta, lembrando que o desempenho da balança comercial está fraco e a confiança do empresário e do consumidor na economia também está baixa.
Nos subsetores da indústria mineira, o segmento de automóveis, reboques e carrocerias apresentou a queda de 16,7% em julho, na comparação com o mesmo mês em 2013. No acumulado dos últimos 12 meses, a retração do segmento foi de 17,8%, a mais expressiva de toda indústria.
Números positivos
Na direção contrária, o setor extrativo cresceu 1,4% em julho, no confronto com o mesmo mês do ano anterior. Junto com ele e no mesmo período, as bebidas tiveram a expansão de 18,7%. Os refrigerantes, o chope e as cervejas foram os principais responsáveis pelo índice positivo.
O superintendente executivo do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindbebidas), Cristiano Lamêgo, afirma que os números estão ligados à expansão do mercado de cervejas especiais.
“Esse nicho cresce em média de 21% ao ano enquanto a indústria de cervejas comerciais cresce 9%”, compara. O volume de produção de cervejas especiais no Estado é de 1,1 milhão de litros por mês, segundo o Sindbebidas.
“Somente nesse ano, cinco novas fábricas foram inauguradas e pelo menos mais quatro estão em fase de implantação”, revela Lamêgo.
A diretora de marketing da Cervejaria Backer, Paula Lebbos, afirma que a intenção da empresa é aumentar a produção – que atualmente é de 240 mil litros – com a chegada do fim do ano. “Nossa projeção é expandir no mínimo 15% nesse segundo semestre”, diz.