A contratação do técnico português Paulo Bento pelo Cruzeiro foi uma das principais novidades do futebol brasileiro nesta semana, e um assunto que veio à tona nesta sexta-feira, no Seleção SporTV, foi o salário do ex-comandante da seleção de Portugal. No programa, o diretor de futebol Thiago Scuro não revelou valores, mas garantiu que estão no padrão usado pela Raposa com suas comissões técnicas nos últimos anos (assista ao vídeo).
– É óbvio que a gente não tem o hábito de tratar dos valores abertamente. O que posso compartilhar é que os treinadores no Brasil são muito bem remunerados comparando-se com várias ligas inclusive da Europa, e que o Paulo Bento, assim como sua comissão técnica, vem dentro de um padrão de remuneração que o Cruzeiro teve nos últimos anos. Não existe um “super investimento” no treinador. Está dentro da realidade do Cruzeiro, é o que o Cruzeiro viveu nos últimos anos. São poucas as ligas, como Premier League (Inglês) ou Bundesliga (Alemão) que, de fato, têm uma remuneração um pouco maior do que vemos no mercado brasileiro. No geral, o mercado brasileiro é competitivo nesse sentido – afirmou.
O comentarista do SporTVBob Faria afirmou que Paulo Bento chega ao clube mineiro com sua comissão técnica com vencimentos que não ultrapassam o que recebia Mano Menezes e sua equipe em passagem no ano passado.
– Vou dar um dado pelas fontes e conversas que tive. Ele ganha aproximadamente o que ganhava a comissão técnica do Mano Menezes, não mais do que isso – disse o jornalista.
Thiago Scuro admitiu que, no momento da saída de Deivid após o Campeonato Mineiro, o primeiro objetivo foi a busca por um técnico brasileiro, mas que Paulo Bento se encaixa no que o Cruzeiro buscava.
– O ponto que leva ao Paulo Bento é consistência, a metodologia, a qualidade do trabalho do dia a dia. É trazer também para o futebol brasileiro uma visão mais elaborada, mais profunda. Fica muita nítida essa percepção nas conversas que tivemos com ele e outros profissionais. Inicialmente teve sim nosso desejo de buscar um treinador brasileiro pela questão da velocidade de adaptação, mas procuramos defender esses conceitos que falamos desde que esse trabalho começou a ser implementado no Cruzeiro com o Mano (Menezes).
Bob Faria citou as conversas que a diretoria celeste teve com Jorginho, técnico do Vasco, e Ricardo Gomes, do Botafogo, e questionou se não havia aí uma falta de convicção num estilo de trabalho entre os nomes. Scuro viu semelhanças no trabalho, e elogiou também o conhecimento demonstrado pelo técnico português a respeito do elenco do Cruzeiro.
– Os treinadores que você citou têm semelhanças de comportamento nas suas equipes no que diz respeito a construir o jogo de trás, tomar a iniciativa, posse de bola, tentar pressionar o adversário quando não tem a bola, então são conceitos gerais de jogo que a gente entende que fazem parte da cultura do Cruzeiro, e que o Cruzeiro tem hoje um elenco capacitado para jogar esse futebol. Uma ruptura muito brusca exigira uma ruptura também no elenco, que a gente entende que não tem sentido. Diante do que o mercado nos apresentou, entendemos sim que era o momento, sabendo da necessidade de adaptação, de conhecer melhor o futebol brasileiro e o mercado, de buscar um treinador estrangeiro. Encontramos no Paulo Bento muito do que a gente buscava em termos de entendimento de futebol. O conhecimento dele do Cruzeiro foi uma coisa que chamou bastante a atenção desde o primeiro momento. Ele tinha assistido a sete jogos do Cruzeiro, então descreveu o perfil dos atletas, como a equipe vinha jogando em cada partida, e demonstrou muita confiança em desenvolver esse trabalho dentro do clube. E agora é trabalhar para que todos os atletas e todo o staff do Cruzeiro, a imprensa e a torcida, recebam ele de braços abertos – concluiu o dirigente.
Paulo Bento, que chegou ao Cruzeiro na próxima segunda-feira, assinou com o clube até o fim de 2017.