Jogos da seleção brasileira só voltam a acontecer em março do ano que vem, quando o técnico Tite reunirá mais uma vez os melhores futebolistas do país – e provavelmente alguns dos mais promissores jogadores do esporte – para defender a Amarelinha. Mas neste ínterim as discussões sobre a qualidade do time e do trabalho de Tite não são deixadas de lado.
A conquista da Copa América em solo brasileiro na metade do ano serviu para conter os ânimos quanto ao time e a sua qualidade. Uma vez que o clube já vinha da decepção da eliminação nas quartas de final para a Bélgica na Copa do Mundo de 2018, com atuações bem abaixo do esperado, a repetição desse cenário colocaria Tite e seus escolhidos em maus lençóis.
Entretanto, com a ajuda da torcida e de jogadores que brilharam na hora certa – casos de Éverton “Cebolinha”, Richarlison e Philippe Coutinho –, o Brasil conseguiu levantar o troféu. O time, no entanto, não colecionou atuações verdadeiramente sólidas considerando a fraqueza que as outras seleções sul-americanas apresentaram no torneio.
Os temores eram de que a Copa América serviria como uma ferramenta para “iludir” os fãs quanto à verdadeira força do Brasil dentro do cenário internacional, como foi o caso das eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, em que a seleção teve incrível sucesso sob a tutela de Tite, e esses medos foram parcialmente confirmados com os resultados no pós-Copa América.
Nos seis confrontos amistosos desde a vitória por 3 a 1 sobre o Peru, que confirmou o título continental para o Brasil, o time de Tite ganhou apenas um confronto contra a Coréia do Sul, por 3 a 0, no mês passado. E no reencontro contra o Peru, logo após a Copa América, o Brasil perdeu por 1 a 0.
Essa sequência negativa já se reflete nas projeções feitas por casas de apostas online, sendo desde já permitido por algumas delas fazer a aposta no próximo campeão da Copa América, que será disputada no ano que vem na Colômbia e na Argentina. Antes tido como amplo favorito ao título, o Brasil já se encontra abaixo da Argentina, que tem conseguido obter resultados melhores no pós-Copa. Isso acaba se refletindo nas chances de aposta, que consideram não só estes resultados, mas também a qualidade do trabalho dos jogadores das seleções em seus clubes.
Pelo menos neste último âmbito, a seleção brasileira está bem posicionada. Tanto na Europa quanto no Brasil, alguns dos jogadores-chave da seleção – do goleiro Alisson, do Liverpool, ao atacante Neymar, do Paris Saint-Germain – têm mantido níveis excelentes de atuação em seus clubes.
Pouco adianta, no entanto, se essas performances não forem refletidas quando o assunto for a seleção. Algo que vem tanto da parte do jogador, com seu desejo em atuar em grande nível pelo seu país, quanto pela capacidade do técnico de colocar o atleta na melhor posição para ver seu talento sendo representado no campo, algo que Tite conseguiu fazer em seus primeiros passos como técnico do Brasil. Talvez seja justamente ali que ele deva se inspirar em termos de não só salvar a sua posição na seleção, mas também de trazer o time ao nível necessário para que ele volte a ser favorito não apenas nas projeções das casas de apostas, mas também em disputas de títulos ao longo do caminho.