O terceiro jogo da semifinal entre Dentil Praia Clube e Camponesa Minas colocaria uma mineira na final da Superliga feminina pela primeira vez desde a temporada 2003/2004. A tensão por ser um clássico foi ainda maior com o confronto sendo decisivo, já que cada lado havia vencido um dos duelos anteriores, aproveitando o mando de quadra.
Com a tradição ao seu favor, o Minas queria retornar à decisão do maior torneio do país, precisando enfrentar a força da torcida de Uberlândia, que lotou o ginásio do Triângulo. Já o Praia buscava sua primeira final de Superliga e tinha um ligeiro favoritismo pela melhor campanha durante toda a temporada.
Seguindo a lógica da série de vencer dentro de seus domínios, o Praia Clube se confirmou na sua primeira final de Superliga, superando o melhor resultado da sua história, que foi ter chegado à semifinal. A vitória veio por 3 a 0 (25/21, 25/18 e 25/22).
A importância do jogo fez a torcida do Minas comparecer e fazer sua parte. No meio dela, Cléber Mineiro, ponta do time masculino do Minas e marido de Tandara. Mas a expectativa foi por água abaixo com uma atuação longe do potencial e já apresentada pela equipe do técnico Paulo Coco. Tanto na parte defensiva como ofensiva, o Minas deixou a desejar. O Praia, mais inteiro, sobrou dentro de quadra.
Na equipe de Belo Horizonte, a oposta Rosamaria ganhou a vaga de titular no lugar de Carla. Tandara foi deslocada para a entrada de rede. A líbero Léia voltou a ser desfalque, ainda se recuperando de lesão muscular na coxa. Completo, o Praia foi mais equilibrado e contundente nos momentos decisivos, não deixando altos e baixos aparecerem.
Os erros do Minas aconteceram em excesso e não foram perdoados. Falhas em momentos cruciais, como o desta segunda, mostraram um time sem a confiança necessária para um momento de decisão. Somente no primeiro set foram 10 erros do Minas contra apenas dois das donas da casa.
Quando o placar estava próximo, na reta final do primeiro set, o Minas errou três saques seguidos e viu Mari Paraíba atacar duas bolas para bola, deixando o Praia em situação favorável.
No segundo set, o Minas começou errando, dando pontos de graça para as uberlandenses, que agradeceram. Mais regular, o Praia fazia seu jogo e deixava a pressão para o outro lado, que tinha dificuldades, principalmente na parte ofensiva.
Os bloqueios do Praia não demoraram a incomodar, fazendo pontos e minando o time da capital. Carla e Samara saíram do banco para tentar ajudar, sem muito sucesso. O 17 a 13 após o segundo tempo técnico deixou as donas da casa perto de um 2 a 0, que foi confirmado na sequência.
As reações do Minas não passavam de ameaças, que logo eram superadas por uma equipe com maior poder competitivo. No terceiro set, era obrigação do Minas deixar tudo o que podia em quadra. Poderia ser ali o último set da equipe na Superliga. Mais concentrado, um 12 a 10 foi aberto pelas visitantes e ampliado com um 20 a 14, que fez a vantagem do Praia ficar perto de ser diminuída.
Nos 21 pontos, o empate foi buscado pelo Praia, mostrando um desequilíbrio do Minas na parte técnica e emocional. Abatido, o Minas não foi capaz de manter a atuação do começo da parcial e acabou sendo batido pelas arquirrivais.