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O medo de perder o Bolsa Família rondou as cidades na época das eleições. Como diz Adenilza das Graças Lucas, 26, moradora de Dores de Guanhães (no Rio Doce, a 214 km de Belo Horizonte): “O comentário que ouvi era que o Aécio (Neves) tiraria o benefício”, diz a eleitora de Dilma e mãe de três filhos.
O discurso é o mesmo de Betânia Cristina de Almeida, 27. Moradora de Presidente Kubitschek (na região Central, a 298 km da capital), ela vive num quarto e cozinha com seus cinco filhos – sendo dois gêmeos e um garoto deficiente. Ela conta que votou em Dilma apenas no segundo turno. “Votei nela no final porque fiquei com medo de perder os meus benefícios”.
Sem incentivo e com baixa escolaridade, Elba Pinto de Lima, 40, lamenta a falta de oportunidade em Congonhas do Norte (Central, 287 km). “A gente tenta emprego, mas não consegue pela falta de estudo. Eu só leio e escrevo meu nome”, diz a desempregada, mãe de um filho e que faz bicos como faxineira. A falta de estrutura leva ao receio: “Votei nela (na Dilma) porque ela ajuda os pobres. Falavam que se ela perdesse iam cortar o Bolsa Família, mas a gente não pode ir atrás do que o povo fala. Pensei nisso, mas não acho que o outro (Aécio) ia cortar nada, não”.
Também de Congonhas do Norte, Claudia Mendes de Lima, 35, compartilha o sentimento: “Fiquei com medo de perder o benefício se Dilma perdesse a eleição. Mas isso era medo meu, ninguém veio falar isso comigo”.