O presidente Jair Bolsonaro visitou nesta terça-feira (25) um acampamento de imigrantes venezuelanos, em Boa Vista, capital de Roraima, no Norte do país. O local é uma estrutura mantida pelo governo brasileiro, em parceria com entidades da sociedade civil, organismos internacionais, além do governo do estado. A maioria dos ocupantes é formada por mulheres, adolescentes e crianças. Durante a visita, transmitida por uma rede social do presidente, ele criticou o governo da Venezuela e se disse solidário aos imigrantes.
“Irmãos venezuelanos, sabemos o sofrimento de vocês, como vocês chegaram nessa situação, o que uma pessoa está fazendo contra vocês na Venezuela. O Brasil é um país de pessoas que têm profundo respeito pelo sofrimento dos outros. Sei que vocês gostariam de estar no país de origem, mas saíram de lá para fugir da ditadura, de necessidade e até mesmo da violência. O Brasil é um país humanitário, que faz o trabalho de acolhê-los e integrá-los ao restante do país. O que a gente mais gostaria que acontecesse é que a Venezuela voltasse à normalidade e que vocês tivessem a vida que tinham no passado antes da chegada da ditadura”, afirmou. O presidente estava acompanhado dos ministros João Roma (Cidadania) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), do governador do estado, Antonio Denarium, entre outras autoridades.
Operação Acolhida
A Operação Acolhida surgiu em abril de 2018, durante o governo de Michel Temer, como uma resposta emergencial humanitária do Estado brasileiro ao fluxo migratório decorrente da crise social e política no país vizinho. A iniciativa, liderada pelo Ministério da Cidadania, tem o suporte de uma rede de organizações da sociedade civil articuladas com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O programa também envolve parcerias com estados e municípios no acolhimento aos venezuelanos. O Exército brasileiro coordena a logística de deslocamento dos migrantes.
Desde o agravamento da crise na Venezuela, há cerca de três anos, mais de 250 mil venezuelanos imigraram para o Brasil. Desses, 54 mil foram interiorizados por meio da Operação Acolhida. Este processo envolve o recebimento, confecção de documentação, garantia de necessidades básicas, acolhida em abrigos e integração socioeconômica. Após o período de triagem, elas contam com suporte do governo federal para se deslocar para diferentes destinos do país, onde tentam recomeçar a vida.
Em outro momento durante a transmissão, o presidente conversou com uma adolescente de 16 anos, que pede apoio para tirar documentos brasileiros, e Bolsonaro voltou a criticar o governo venezuelano.
“Vocês devem ter visto aí fora a quantidade de mulheres e crianças. Estou aqui numa casinha e o pessoal fica aguardando o momento de se interiorizar. Ela está dizendo que saiu da Venezuela porque não tem comida para comer. O que a gente quer mostrar aqui para o povo brasileiro: a gente não quer isso para o nosso país. Muitos olham, tem um foco apenas em uma área e nós temos que ver que o bem maior nosso é a nossa liberdade. As escolhas erradas levam a isso”.
Agenda
Após a visita no abrigo, Bolsonaro seguiu de helicóptero ao lado do governador Antonio Denarium para um sobrevoo em regiões do estado. Eles pousaram na comunidade indígena Flexal, próximo de Uiramutã (RR).
Durante a tarde, ainda em Boa Vista, Bolsonaro participa de um culto de comemoração aos 106 anos da Igreja Assembleia de Deus. Em seguida, ele deve retornar à Brasília.
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