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Controlador-geral quer analisar patrimônio de servidores em MG

Mário Vinícius Spinelli, conhecido como o “xerife anticorrupção”, pretende implantar em
Minas as técnicas que permitiram a investigação da máfia do ISS

De saída rumo ao governo mineiro, o controlador-geral de São Paulo, Mário Vinícius Spinelli, que ficou conhecido como o “xerife anticorrupção” da gestão Fernando Haddad (PT), afirmou que pretende implantar no Estado vizinho as técnicas que permitiram a investigação da máfia do ISS. A principal delas é a análise patrimonial dos servidores públicos.

Após a eleição de Fernando Pimentel (PT) para o governo de Minas, a esperança de petistas é que Spinelli passe a investigar eventuais esquemas de corrupção de gestões do PSDB, principalmente de Aécio Neves. Em São Paulo, porém, as investigações dele acabaram atingindo tanto figuras do governo quanto oposicionistas.

“O que a gente trouxe de inovação para cá a gente vai levar para lá, a evolução patrimonial, a política de transparência”, afirma Spinelli. Ele implantou um sistema em que os funcionários são obrigados fornecer as informações patrimoniais e usa uma matriz de risco para verificar casos onde há mais probabilidade de haver corrupção.

O Estado tem uma estrutura melhor que a cidade de São Paulo, porque lá já existe a carreira de controlador. Na capital paulista, onde vários vereadores acabaram prejudicados pelas investigações, o projeto de lei que permite a contratação de 100 especialistas no combate à corrupção ficou parado.

“Se fica alguma ponta de frustração é pela não aprovação da carreira”, disse, fazendo um apelo aos vereadores.

As ações da CGM, criada na gestão Haddad, resultaram na prisão de 11 servidores públicos quatro deles fiscais da máfia do ISS, suspeita de ter causado prejuízo de R$ 500 milhões aos cofres municipais.

“Fiquei impressionado com uma cidade do tamanho de São Paulo com os problemas que a gente encontrou aqui”, afirmou.

Atualmente, mais de 40 pessoas são suspeitas de enriquecimento ilícito. Além disso, há 30 casos de corrupção em investigação.

Spinelli afirma que já se reuniu com seu sucessor, Roberto Porto, atualmente secretário municipal da Segurança Urbana. Ele afirma que parte da equipe que trouxe do governo federal continuará em São Paulo para dar prosseguimento às investigações em andamento.

Entre as mudanças que devem ser implantadas em 2015 por Porto, está um código de ética para os servidores. As regras estipulam, por exemplo, que os funcionários só poderão aceitar presentes de no máximo R$ 100.

Esse código também poderá inibir os funcionários que atuam em outras áreas. “Nós sabemos que na prefeitura há alguns servidores públicos que desenvolvem atividades privadas que têm enorme conflito com a atividade profissional na prefeitura. Nossa ideia é que seja monitorado e prevenido esse tipo de comportamento”, afirma.

Na opinião de Spinelli, a principal ferramenta no combate à corrupção é a diminuição da sensação de impunidade. “As pessoas não podem ter a certeza de que ficarão impunes. Esse caso da Lava Jato só ocorreu porque havia certeza de impunidade por parte de alguns”, disse.

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