O ex-governador de Minas Gerais Rondon Pacheco morreu em sua cidade natal, Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, onde morava, na madrugada desta segunda-feira (4). O corpo dele está sendo velado no museu municipal, no centro da cidade. O político tinha 96 anos.
De acordo com o diretor de comunicação da Câmara Municipal de Vereador, Ademir Reis, Pacheco esteve internado por 12 dias com pneumonia dupla em um hospital no Rio de Janeiro, sendo transferido para o município mineiro a pedido da família. Dias depois, consciente, Pacheco teria solicitado ir para casa.
Ele era casado e deixa duas filhas. O político também teve um filho, morto em um acidente no fim dos anos 60.
Às 17h, o corpo de Pacheco será sepultado no cemitério São Pedro. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), é aguardado, bem como outros ex-governadores, como os senadores Aécio Neves (PSDB) e Antonio Anastasia (PSDB).
Rondon Pacheco é o segundo ex-governador de Minas Gerais a morrer em pouco menos de um mês. Em 6 de junho, Helio Garcia faleceu em Belo Horizonte aos 85 anos de insuficiência respiratória.
Repercussão
O senador e ex-governador de Minas Antonio Anastasia escreveu em sua conta no Twitter: “Lamento o falecimento do ex-governador Rondon Pacheco, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de Minas Gerais durante a década de 1970.”
O deputado federal Carlos Melles (DEM-MG) escreveu: “Perdemos mais um grande homem público.”
O ex-prefeito de Uberlândia e deputado Federal Odelmo Leão (PP-MG) também lamentou a morte de Pacheco nas redes sociais. O parlamentar afirmou que “o Brasil perde um grande homem púbico” e que não encontra palavras para descrever o quanto o ex-governador foi importante para ele.
Trajetória
Advogado, iniciou sua vida política sendo eleito para a Constituinte Estadual no ano de 1947. Foi autor da emenda que permitiu a aprovação do projeto que criou a assistência social destinada ao fomento agrícola, defendeu teses favoráveis ao cooperativismo e contra a intervenção estatal. Durante o governo de João Goulart, aliou-se aos movimentos conservadores que apoiaram a deposição do atual presidente.
Aos poucos, ele se tornou um dos nomes mais importantes do período de ditadura militar no Brasil, tendo sido secretário-geral da Arena, o partido da ditadura, em 1966, e ministro-chefe do gabinete civil de Costa e Silva, de 1967 a 1969.
No início da década de 70, Rondon foi indicado pelo presidente Medici para governar Minas Gerais, em posto que ocupou até 1975.
Durante seu governo, em 1973, o Estado assinou com a montadora Fiat acordo para instalação de planta em Betim, na Grande Belo Horizonte, inaugurada em 1976.
Candidatou-se ao Senado Federal, em 1986, quando experimentou sua primeira derrota política, apesar de receber mais de 600 mil votos.