Política

Paulo Lamac (Rede) vai disputar pela primeira vez a Prefeitura

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Vereador por dois mandatos, e exercendo o segundo de deputado estadual, o engenheiro eletricista e professor Paulo Lamac (Rede) vai disputar pela primeira vez a Prefeitura de Belo Horizonte com uma plataforma voltada para a área econômica. Ele diz que pretende criar condições para que as empresas e tecnologias desenvolvidas na capital permaneçam nela. Só assim, para ele, a capital terá dinheiro para desenvolver políticas públicas para saúde, educação e outras áreas. O candidato vai contar com o apoio da ex-senadora Marina Silva e diz compartilhar da ideia de exercer uma nova política, mas afirma não depender de sua madrinha política. “Fico muito honrado e conto muito com esse apoio, mas é importante colocar que não sou um poste, nunca precisei de padrinhos políticos para me apresentar para a cidade.”
Por que o senhor quer ser prefeito de BH?
Sou de BH, vivi aqui minha vida inteira, minha família é daqui, eu tenho uma história com a cidade. Passei minha infância, adolescência, constituí empresas em BH e pretendo que meu filho continue morando nesta cidade. É uma questão de compromisso de vida inteira com BH. Acredito que acumulada uma experiência no setor privado, dois mandatos de vereador e dois de deputado, tenha a contribuir com minha cidade e possa ajudar com uma mudança de patamar.

Qual o principal problema de BH hoje e como o senhor pretende resolvê-lo?
BH tem uma situação histórica com relação à sua organização econômica. É um município que vem desperdiçando vocações. Na década de 80, BH era conhecida como a Capital da Moda, hoje perdemos não apenas o título, mas os eventos, que são realizados no Rio e São Paulo. Temos que parar de exportar o que temos de melhor, nossas empresas e pessoas de muito talento. Temos que identificar as potencialidades que já existem. Cada uma das startups de BH, e são centenas, tem uma alta base tecnológica, um potencial imenso. A ideia é investir em tecnologias desruptivas, não para vender para uma multinacional, mas para que se possa manter e fixar esses grupos que hoje são pequenos e transformar isso em cadeias produtivas na capital.

O senhor até pouco tempo era do PT, que está envolvido em escândalos de corrupção. Acha que vai conseguir desvincular sua imagem da do partido nesta eleição?
Minha imagem sempre foi associada à atuação como educador. Muito antes de ser filiado ao PT ou a qualquer partido, sou educador e empreendo na cidade. E penso que nenhum partido está isento neste momento de fazer reflexões e autocríticas, não apenas o PT, mas o PMDB, o PSDB, os grandes partidos brasileiros estão envolvidos nas denúncias de corrupção. Hoje, me sinto confortável de estar em um partido que não apenas não está envolvido, mas cujas pessoas têm uma visão de uma política descomprometida com o erro.

Como vai ser a participação da ex-senadora Marina Silva na sua campanha?
Ela esteve aqui duas vezes no último mês e BH está sendo colocada como uma prioridade pela Rede nacional, uma vez que é uma cidade que Marina tem uma identidade grande, sempre foi bem votada. Marina é muito presente em Minas, é professora da Fundação Dom Cabral e vem com muita frequência. Ela já deixou muito clara a prioridade que dará ao município de BH.

Ela foi vitoriosa em BH em 2010. O senhor acha que Marina consegue transferir votos para o senhor?
Não acredito em transferência de voto, penso que as pessoas devem ser votadas pelo que já demonstraram, pelas suas capacidades e realizações. Fico muito honrado com o apoio da senadora Marina Silva e conto muito com esse apoio, mas é importante colocar que não sou um poste, nunca precisei de padrinhos políticos para me apresentar para a cidade. Sou da cidade, tenho serviços prestados à cidade e a minha intenção é que a população possa me avaliar pelo que sou e não apenas pelas pessoas que me cercam.

E o que o senhor já fez pela cidade?
Antes de ser vereador, fui um dos fundadores do Pré-UFMG em BH, uma instituição que levou dezenas de milhares de jovens para a universidade em um tempo em que não existia Pró-Uni, cota, Fies. Como vereador e deputado, apresentei projetos que considero inovadores, como o que determinava o reuso de água nas edificações, quando nem se falava em crise hídrica. Aprovei e o prefeito vetou. O meio passe que existe em BH foi um projeto meu, aprovado com autoria do Executivo, mas com meu texto. Outro é a reciclagem do óleo de cozinha usado. Conduzi a revisão de toda a legislação urbanística da cidade enquanto líder do governo. Na Assembleia, presido a Comissão de Educação Ciência e Tecnologia e, antes disso, presidi a de Assuntos Municipais e a primeira de políticas sobre drogas com foco no crack do país. Coordenei fórum de mobilidade urbana no estado e atualmente sou coordenador e relator do plano estadual de educação.

Marina Silva se apresenta como portadora da ‘nova política’. O senhor se considera a ‘nova política’ também?
Se nova política for reconhecer os acertos de cada um, não ter compromissos com os erros de quem quer que seja, mesmo que sejam companheiros, e buscar fazer o melhor com toda transparência, se isso for o modelo que está buscando a população é com esse que eu me identifico. Nova política é uma expressão vaga, é preciso explicar para as pessoas o que é quando a gente se propõe a fazer uma coisa diferente. O que me proponho é fazer o que sempre fiz: tratar os assuntos com clareza, objetividade e cumprir compromissos firmados.

O partido do senhor tem segundos de tempo de TV, a campanha é mais curta e o senhor é desconhecido de grande parte da população. Como pretende fazer para chamar a atenção?
Quem tem muito tempo de TV e dinheiro inexoravelmente está associado com os escândalos. Espero que a população considere isso. Existem redes sociais, espero e imagino que a população vai consultar a respeito dos candidatos. Vou andar pela cidade, vamos a todos os debates para os quais formos convidados. Estou me apresentando e não tenho nada a esconder.

 

Fonte: Jornal Estado de Minas

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