Política

Segundo turno de acontecer em 5 municípios de Minas

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O quadro político pulverizado que tomou conta das maiores cidades de Minas Gerais deverá forçar a realização do segundo turno na maioria delas. Dos oito municípios que possuem mais de 200 mil habitantes – pré-requisito para que haja uma segunda etapa do pleito – pelo menos cinco deverão ter a definição do novo prefeito apenas na segunda votação, marcada para 30 de outubro.

A estimativa leva em conta as últimas pesquisas de intenção de voto realizadas. Para ganhar em primeiro turno, com votação no próximo domingo, o candidato precisa ter 50% mais um dos votos válidos.

Essa deve ser a realidade de apenas duas das maiores cidades em Minas. Uma delas é Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde o esperado é que Odelmo Leão(PP) alcance 68% dos votos, segundo pesquisa Ibope.

Gilmar Machado

Em Uberlândia, o PMDB manteve o apoio ao candidato petista Gilmar Machado

O candidato André (PSDB) de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, também tem 68% das intenções de voto por enquanto.

Nos demais municípios, a tendência é que a definição seja postergada. Em Belo Horizonte, por exemplo, nenhum dos 11 candidatos tem os votos necessários para garantir a vitória em primeiro turno.

Segundo a pesquisa DataFolha, João Leite (PSDB) tem até o momento 33% dos votos e Alexandre Kalil (PHS) outros 21%. Os dois devem seguir para a disputa final.

Segundo o cientista político Dimas Antônio de Souza, uma das explicações para que haja segundo turno na maioria das cidades é a fragmentação. “Quanto mais candidatos, menores as chances de alguém conseguir alcançar 50% mais um voto necessários para ganhar em primeiro turno. Os votos ficam muito divididos”, explica.

Essa situação foi agravada nas eleições deste ano uma vez que apenas duas cidades mineiras com mais de 200 mil habitantes tiveram redução no número de candidatos comparado com as últimas eleições de 2012.

Uberaba, no Triângulo Mineiro, passou de sete para seis candidatos e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, de cinco para quatro. Em Montes Claros, no Norte de Minas, foi mantido o número de seis postulantes ao cargo de prefeito apresentado em 2012.

Nos demais municípios houve um aumento considerável. É o caso, por exemplo, de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto em 2012 a cidade teve apenas quatro candidatos, neste ano ela está com 12. Em Belo Horizonte, esse número passou de oito para 11 e Contagem, também na RMBH, de seis para 10.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (ABCOP), Carlos Manhanelli, uma das explicações para essa pulverização no cenário político é econômica.

“Os últimos dois anos foram muito ruins para as administrações municipais porque as cidades tiveram menos dinheiro. Isso fragilizou alguns prefeitos”, afirma. Sentindo essa fragilidade, a oposição ganhou mais confiança para lançar um candidato próprio, encabeçando as chapas.

Ademir Lucas

Em Contagem, Ademir Lucas (PR) caminha para a disputa no segundo turno das eleições

Racha entre PT e PMDB influenciou pleito no Estado

Os rachas ocorridos entre as legendas no cenário nacional, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff, também tiveram influência sobre as eleições municipais. Houve uma redução dos casos em que PT e PMDB ficaram na mesma legenda entre os oito maiores municípios de Minas Gerais.

Essa situação pode ser percebida quando analisados os números. Apenas em Uberlândia PT e PMDB estão juntos. O candidato petista à reeleição, Gilmar Machado, tem o PMDB na coligação.

Nos demais municípios, os dois partidos são concorrentes. E o PT tem candidato próprio em outros cinco municípios, além de Uberlândia, dentre os oito que possuem mais de 200 mil eleitores. São eles Belo Horizonte, Governador Valadares, Betim, Juiz de Fora e Montes Claros.

Já na eleição anterior, de 2012, quando apenas sete municípios mineiros tinham esse perfil, quatro cidades tiveram a dobradinha PT/PMDB: Belo Horizonte, Uberlândia, Betim e Governador Valadares.

Ou seja, mais da metade repetiam a dobradinha até então existente no governo federal, quando Dilma e Michel Temer (PMDB) formavam uma dupla no governo do país.

Carlin Moura

Em Contagem, Carlin Moura (PCdoB) caminha para a disputa no segundo turno das eleições

Naquele ano, a dobradinha entre os partidos foi vista em Belo Horizonte, com a dupla Patrus Ananias (PT) e Aloísio Vasconcelos (PMDB); em Uberlândia, com Gilmar Machado (PT) e Paulo Matiello (PMDB); em Betim, com Maria do Carmo (PT) e Leia Nogueira (PMDB); e em Governador Valadares, com Elisa Costa (PT) e Ronaldo Perim (PMDB).

O presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (ABCOP), Carlos Manhanelli, explica que esse afastamento dos dois partidos também influenciou de certa forma no elevado número de candidatos nas eleições deste ano.

Ele pondera que a interferência nesse caso foi menor do que de fatores como a fragilidade dos partidos, por exemplo. “Em alguns momentos temos que lembrar que as pessoas vivem nos municípios e não no país ou no estado. Por isso, existem momentos em que há uma lógica própria nas administrações municipais. Mas lógico que houve uma influência do cenário nacional”, afirma.

Para o cientista político Malco Camargos o que abriu espaço para um maior número de candidaturas também é a falta de sucessores naturais. “A possibilidade de qualquer um ganhar a eleição faz com que os partidos tenham mais esperanças”, afirma.

 

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