Apesar dos índices fracos de crescimento econômico, o Dia das Mães será a segunda
melhor data para o comércio varejista, superada apenas pelo Natal
Bruno Falci: “A redução da carga tributária seria uma questão muito importante
a ser analisada para ajudar o comércio varejista”
(Foto: Divulgação)
*Felipe José de Jesus (JCE)
É o que revela a pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH), que prevê um pífio crescimento de 0, 21% nas vendas, que deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões no comércio da capital mineira. Mesmo assim, esse será o pior desempenho dos últimos 4 anos, já que as vendas não vão crescer nem a metade dos 0,47% de 2013.
O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, explica que mesmo com a pressão inflacionária, o Dia das Mães tem um forte apelo emocional e que por isso as pessoas não devem deixar de presentear. “Este ano a procura deve ser maior por produtos que apresentem um valor menor. Precisamos ser realistas, mas sem nos entregarmos ao pessimismo. Nos momentos de crise é que surgem grandes negócios e ideias. Não podemos nos deixar abater, já superamos outras crises ao longo da história do país. Vamos colocar em prática um novo modelo de otimismo e confiança para que 2015 não terminem com a economia estagnada, como aconteceu em 2014”.
Segundo Falci, além da alta inflação e juros, existem outros fatores que podem ter impulsionado a baixa expectativa de vendas para o comércio na data. “Uma questão puxa a outra. A combinação de juros elevados e inflação em alta, além de contribuir para a redução do consumo, têm levado ao aumento da inadimplência. Em fevereiro, o número de dívidas em atraso dos consumidores da capital mineira chegou a 2,19%. Com juros mais altos o consumidor tem menos condições de quitar os débitos. E a inflação em alta diminui a renda disponível para que ele possa cumprir seus compromissos. Com receio desse cenário econômico, o consumidor está evitando gastar para não contrair mais dívidas”, comenta.
Desafios e destaques >>
Em relação aos desafios que os empresários terão que enfrentar para conseguir bons resultados no Dia das Mães, Falci diz que criar formas de atrair o consumidor é a melhor saída. “Diante de um cenário macroeconômico difícil, o empresário tem como desafio atrair os clientes para sua loja, melhorar a experiência de compra do consumidor, oferecer conforto e comodidade no momento das compras, além de produtos diferenciados. Roupas, calçados, cosméticos e perfumaria devem vender mais, já que com esses produtos o comerciante pode apostar na comercialização de kits. É uma estratégia que atrai a atenção pelo custo/benefício”.
Governo >>
Questionado sobre o que o governo pode fazer para apoiar o comércio varejista, já que os primeiros 4 meses não apresentaram bons índices, o presidente da CDL, diz que redução da carga tributária seria interessante. “Do lado do governo, acreditamos que a redução da carga tributária seria uma questão muito importante a ser analisada. A sobrecarga de tributos impede o crescimento econômico. Além de pagarem impostos, os brasileiros ainda arcam com custos que, teoricamente, seriam do governo, como planos de saúde, segurança, escola particular. Há 18 anos os tributos significavam 23% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que hoje já são mais de 40%”.
Ele acrescenta ainda que outro ponto seria a desburocratização para abertura de empresas. “Entendo que é importante e necessário simplificar esse processo”, conclui.