Economia

Minas se firma como polo gerador de energia solar

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Tatiana Moraes – Hoje em Dia

Embora a fonte solar represente apenas 0,01% da matriz energética de Minas Gerais, responsável por 1,4 megawatt, o Estado se prepara para se tornar polo fotovoltaico nacional. Nos próximos anos, a espanhola Solatio Energy vai investir R$ 1,1 bilhão em Minas na construção de oito parques solares, localizados em Vazante, na região Noroeste de Minas, e em Pirapora, no Norte do Estado. Juntos, eles vão somar 240 MW de potência instalada.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Minas Gerais, Altamir Rôso, os cinco parques que serão implantados em Pirapora serão explorados durante 20 anos e, nesse período, irão faturar R$ 2,2 bilhões. “Teremos outro leilão solar em 14 de novembro e certamente Minas Gerais vai atrair outros empreendimentos. O Estado possui intensa incidência solar”, afirma o secretário.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também contribui para colocar o Estado no mapa fotovoltaico nacional, mas quer ampliar a participação nesse tipo de fonte energética.

Em Belo Horizonte, a empresa possui uma usina de 1,42MW no estádio Mineirão. A energia gerada é suficiente para abastecer 900 residências e é injetada na rede da Cemig.

Parceria

Já por meio da subsidiária Renova, braço de energias renováveis da estatal mineira, ela acaba de firmar uma parceria com a SunEdison, norte-americana que detém tecnologia de ponta em energia solar.

Juntas, elas venceram certame federal específico para energia fotovoltaica realizado na semana passada. O objetivo é operar dois parques que somarão 59,67 MW na Bahia, com entrega prevista para 1º de agosto de 2017.

“Esse acordo vai permitir que a empresa do grupo Cemig se mantenha na liderança do setor de renováveis, no qual já opera o maior parque eólico da América Latina, passando também a atuar na energia fotovoltaica a preços competitivos internacionalmente”, disse, a estatal, por nota.

Fábricas de placas

Na última entrevista concedida na sede da Cemig, no início de agosto, o superintendente de Comunicação Institucional da companhia, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a concessionária vai participar de todos os leilões realizados até o fim do ano. Trazer para Minas Gerais uma fazenda solar é uma das intenções da empresa.

Ele afirmou, ainda, que há a expectativa de que uma fábrica de placas seja instalada em Minas. Para isso, no entanto, há a necessidade de um parceiro. “Em cinco anos a energia solar será a mais competitiva”, observou.

Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado, a instalação das fazendas solares no Estado faz com que a cadeia produtiva do setor venha a reboque. Altamir Rôso ressalta que algumas fábricas de placas solares já entraram em contato com ele, manifestando interesse em se instalar em Minas.

O secretário não confirma, mas fontes do mercado afirmam que a Canadian, responsável por fornecer painéis para a Solatio, é uma das companhias interessadas em fincar os pés por aqui.

Reflexo positivo

Na avaliação do consultor de energia e membro do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Roberto D’Araújo, a instalação de empresas de placas fotovoltaicas pode, no futuro, reduzir o valor do produto em solo nacional e acabar com o principal entrave da geração distribuída: o alto custo.

Vale lembrar que na geração distribuída o consumidor produz a própria energia e injeta o excedente na rede. No fim do mês há um encontro de contas e o cliente paga o que foi consumido da concessionária.

“O Brasil está muito atrasado quando o assunto é geração fotovoltaica. Basta ver a Alemanha, que possui incidência solar inferior à nossa, mas a geração é maior”, diz. Ainda de acordo com D’Araújo, investir nessa fonte é fundamental para que o país dê um salto em tecnologia energética.

Empresa desenvolve em Belo Horizonte nova geração de células para captar a luz do sol

Uma nova geração de células orgânicas está em produção em escala comercial pela Csem Brasil em Belo Horizonte. A tecnologia, que capta a luz do sol para gerar energia, é desenvolvida em grandes volumes apenas em Minas Gerais, Alemanha e Japão. Reduzir o consumo de combustível dos veículos e abastecer residências está entre as aplicações do produto.

O ineditismo do filme orgânico chama a atenção. Como reflexo, a expectativa do CEO da Csem Brasil, Tiago Maranhão, é a de que nos próximos cinco anos o faturamento da Sunew, empresa criada para comercializar placas solares, finas e modernas, seja de centenas de milhões de reais. O produto já foi vendido para diversos clientes, mas os nomes são mantidos em sigilo.

Enquanto as placas de silício são duras, pesadas e grandes, o filme orgânico é flexível, leve, transparente e pode ser produzido por meio de impressão. Ou seja, as placas orgânicas chegam onde o silício não vai.

Atualmente, de acordo com o CEO, a capacidade produtiva da Csem Brasil chega a 400 mil metros quadrados por ano.

Aplicações

Com o produto, é possível revestir prédios, cobrir veículos e revestir mobiliários urbanos. Tudo isso, sem interferir no visual da cidade. “As placas são transparentes, por isso, não há impacto”, diz Maranhão.

Conforme afirma o CEO da Csem Brasil, uma parceria com a montadora Fiat foi fechada. A partir dela, no futuro será possível utilizar as placas para substituir o alternador e aliviar o motor. O objetivo é economizar combustível. “O mercado automobilístico é muito competitivo. Reduzir o consumo de combustível será um grande diferencial”, afirma.

Urbano

No caso do mobiliário urbano, o destaque vai para as praças, pontos de ônibus e demais locais públicos de grande concentração. “Podemos utilizar as placas para gerar energia para que as pessoas recarreguem o celular ou, até mesmo, para que os postes fiquem acessos. É a cidade do futuro se tornando realidade”.

Em estruturas flutuantes, como embarcações, também é possível aplicar as faixas de geração solar. Principalmente em reservatórios de hidrelétricas e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Assim, as fontes se complementam.

Minas no foco

Ele destaca a participação de Minas Gerais no desenvolvimento do produto. “As pessoas não sabem, mas temos, aqui no Estado, o que há de mais tecnológico em placas solares em Belo Horizonte. E foi tudo desenvolvido por nós mesmos”, ressalta.

Pelo menos 50 pessoas de 10 nacionalidades diferentes trabalham no laboratório, instalado na Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Inicialmente, a Csem Brasil recebeu cerca de R$ 100 milhões em investimentos.

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