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Disco do ano: Foo Fighters roda os EUA e volta Sonic Highways

2 Min leitura
LANÇAMENTO DE DESTAQUE:
Grupo foi a 8 cidades e gravou uma música em cada para ‘Sonic Highways’
Berros de Dave Grohl eclipsam estilos locais e convidados de cada canção

O músido Dave Grohl, conhecido por seu trabalho a frente do Foo Fighters, sorri no tapete vermelho do Brit Awards 2013, que aconece nesta quarta (20) em Londres (Foto: Andrew Cowie/AFP)

Dave Grohl no Brit Awards 2013, em Londres (Foto: Andrew Cowie/AFP)

 

Rodrigo Ortega – Do G1, em São Paulo

Precisamos falar sobre o clichê “Dave Grohl é o cara mais legal do rock”. Ele é cheio de amigos, disposição e senso pop, mas nem sempre a inspiração acompanha a vontade e os elogios. Em “Sonic highways”, Grohl levou os Foo Fighters para oito cidades diferentes dos EUA, com uma música e um convidado especial para cada faixa. Projeto ousado, mas faltou alguém maneirar o ego. Renderia um EP – as faixas mais fracas ficariam como extras. Virou um álbum cheio de canções esticadas. Cinco das oito músicas têm mais de cinco minutos.

Rodar os EUA, em excursão que também virou série de TV, seria uma chance de renovar o som. Só que não. O contato com os estilos de cada cidade não muda radicalmente os arranjos. “Stand in the clear”, com a Preservation Hall Jazz Band, passa longe de preservar o jazz. Os convidados viram coadjuvantes de luxo. Caso grave é  “I am a river”, com Joan Jett. Chamar uma deusa do rock direto para tocar uma música de sete minutos em marcha lenta é sacrilégio. Aqui, Grohl repete onze vezes, durante quatro minutos, os versos “eu / eeeu / eu sou um rio”. Faltou alguém para dizer: “Menos aí, gente boa”.

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Capa do novo disco – (Foto: www.foofightersbr.com)

 

 

Gritos e enrolação
O show longo no Lollapalooza de São Paulo em 2012 foi parecido com a experiência de ouvir esse disco. Há uma energia inegável, sentida de cara. A abertura “Something from nothing” usa bem a guitarra power pop de Rick Nielsen, do Cheap Trick. Com algum tempo, você se pergunta se Grohl grita demais, e tenta lembrar se já foi mais equilibrado. (Foi sim. Compare a precisão da velha “Generator” com a voz rasgada sem necessidade da nova “Congregation”). Aí você nota certa firula para passar o tempo. “In the clear” repete 16 vezes a expressão do título. No fim, você sabe que se divertiu, mas pensa se não foi meio enrolado.

Catarse forçada
Metade das músicas segue a estrutura da obra-prima da banda, “Everlong” (1997). Um dedilhado baixinho vai ganhando distorção e drama e cresce em peso e gritaria rumo à catarse. No meio de faixas mais simples, funciona. Como fórmula, cansa. Na viagem, Grohl parece ter se comovido mais que conseguiu comunicar. “Sonic highways” é melhor nas únicas vezes em que vai direto à porrada (“The feast and the famine”, com os Bad Brains), e que se contém na sutileza (“Subterranean”, com Ben Gibbard, do Death Cab for Cutie, apesar dos desnecessários seis minutos).

O álbum mediano não compromete a honrosa discografia dos Foo Fighters. Acontece. Inspiração vai e vem. O problema é aquela vontade do ex-Nirvana dar mais um grito catártico e forjar emoção onde não cabe. É o famoso passo maior que as pernas – caso de baixar a bola para jogar melhor. Talvez um diabinho no outro ombro dele para, a cada vez que alguém soltar o clichê generoso do início do texto, mandar a seguinte maldade: quem nasceu para Dave Grohl não será Kurt Cobain.

 

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