Serra do Cipó cria associação de olho no turismo sustentável
*JHONNY CAZETTA
Para ir além de ar puro, cachoeiras e belas paisagens naturais, a serra do Cipó, na região Central de Minas, se prepara para entregar aos visitantes um passeio de maior qualidade e com um leque de opções ainda mais variado. Para isso, os empreendedores criaram, neste mês, a Associação de Atrativos Turísticos (Atratur). O objetivo, entre outras coisas, é alcançar um turismo ordenado e sustentável e criar algumas regras nos lugares de maior visitação.
A iniciativa, espelhada na cidade de Bonito (MS), já começou a ser executada com a limitação do número de turistas que poderão entrar diariamente em cada atrativo particular situado na área pertencente ao município de Santana do Riacho. Os empresários querem evitar uma grande aglomeração de pessoas e um consequente prejuízo ao meio ambiente. A expectativa é que as mudanças sejam mais sentidas pelos visitantes no Carnaval deste ano.
“É preciso deixar claro que quem não se programar poderá acabar saindo frustrado por conta dessa limitação. Cada lugar tem seu tamanho e sua sensibilidade, então, esse limite será variável de local para local. Em alguns lugares são 600 pessoas dia, em outros, mil. Para controlar isso, usaremos uma lista de presença obrigatória nas atrações e também fiscalizações-surpresa”, afirmou o secretário de Turismo e Meio Ambiente de Santana do Riacho, Gustavo Campos.
Serão estipuladas regras para questões relacionadas à segurança dos banhistas nas cachoeiras, coleta de lixo e proibição de churrascos no entorno das quedas d’água. “Todo esse planejamento será feito junto com a Atratur. Os atrativos precisam ter salva-vidas e também uma coleta bem minuciosa do lixo. A ideia é fazer um turismo cada vez mais sustentável, e esperamos também que nossos turistas sejam cada vez mais conscientes”, disse Campos.
Para o presidente da Atratur, Rogério Franco, que também é proprietário do terreno onde estão localizadas três cachoeiras conhecidas como Serra Morena, a associação será um benefício para todos. “Fomos até Bonito, conhecemos toda a estrutura que é montada lá, e se conseguirmos chegar perto do que eles fazem, será um benefício para todos. Queremos que nossos turistas tenham o desejo de sempre voltar”.
Aprovação. Quem visita a serra do Cipó gosta de saber das mudanças no local. “Acho muito válido, porque sai da coisa do amadorismo e vai para algo mais profissional. Sobre a limitação, acho importante, porque ninguém gosta de chegar a um lugar lotado e que não tenha espaço para descansar”, contou o engenheiro Luís Valentini, 53, que visitava o local junto com a mulher e seus dois filhos, na última semana.
Opinião semelhante tem a professora Ana Flávia Ribeiro, 42, que visitava o lugar pela primeira vez. “Quem vem aqui quer descanso, segurança e uma natureza linda para apreciar”.
Além de regras, a ideia da associação é também ajudar na criação de novas atrações para o circuito. Ao longo de 2015, novas trilhas e espaços, como uma comunidade quilombola, serão estruturados. “Solicitaremos todo um procedimento de manejo antes que esses atrativos entrem em operação. O que procuramos para a serra do Cipó hoje é um turismo único e responsável”, finalizou Campos.
Moradores
Desconto. Outro fator que mudará é a relação entre os atrativos particulares e os moradores da serra do Cipó. Para a entrada deles nesses locais estão sendo previstos descontos, o que não ocorre hoje.