Escolhido em convenção por 5 mil militantes como candidato do PTdoB à prefeitura de Belo Horizonte, Luis Tibé, 45, espera vencer a eleição municipal majoritária justamente por acreditar que representa uma proposta diferenciada. Cita a coligação com 6 partidos (PRT, PSL, PTC, PEN, PPL e Solidariedade) que, ao lado do PTdoB, trazem à sua campanha a militância e lideranças de diversas partes da cidade, além de um projeto específico para transformar positivamente Belo Horizonte. “Minha candidatura nasceu das bases e não em gabinetes. Tenho visto que há diversos projetos com objetivos que não propriamente gerir a prefeitura, mas de se manter no poder para chegar à presidência, ao governo do estado. Nosso objetivo é fazer uma boa administração, ouvir as pessoas”, diz.
Belo-horizontino da região Nordeste, nascido no bairro Concórdia, Tibé quer resgatar uma cidade para seus moradores. O sentimento, diz, é que a prefeitura não pertence mais ao povo. “Todo mundo que tem problemas para resolver com a prefeitura sente que o atendimento não é satisfatório. Faremos com que o morador se sinta valorizado, acolhido”, complementa. Em ano de mudanças na lei eleitoral em que saem os financiamentos de empresas e entram os das pessoas físicas, Tibé diz que sua campanha será construída amparada em uma militância forte e no comprometimento com um modelo que classifica como diferente.
Quando começa a falar sobre seu programa de governo, ressalta que não gosta de fazer promessas como a feita na campanha passada, que teve como principal carro-chefe a implantação do metrô. “A situação não é simples”, ressalta. Porém, o entendimento é de que somente haverá uma melhora significativa na mobilidade urbana de Belo Horizonte com a implantação desse modal de transporte. “Temos que entrar com esse objetivo e trabalhar firme para que o projeto se concretize. E isso significa dialogar com os governos estadual e federal. É difícil falar do metrô porque a população já não aguenta mais ouvir falar nesse projeto e nem acreditam que vai ocorrer, mas trabalharei para concretizá-lo.”
Tibé também defende a criação de rotas inteligentes para o Move e, ainda, o aumento da frota de transporte público, além de mais lugares para o estacionamento de bicicletas. “Tenho, inclusive, ouvido pessoas que utilizam a ciclovia e que relatam o que não funciona. Um dos grandes males da gestão atual é entregar coisas, mas não se preocupar, antes, em ouvir a população que vai usufruir para ver se o projeto a atende.”
Aliás, quando se trata de ouvir a população, Tibé preparou uma verdadeira caravana, com um ônibus que circula em diferentes pontos da cidade, para não só conhecer, como também ouvir os problemas de cada um. “Nasci no bairro Concórdia e nunca passei mais de um mês fora de Belo Horizonte. Vejo diversas candidaturas paraquedistas aparecerem, sem estarem vinculadas à cidade. Nosso diálogo é constante. Estou no meu segundo mandato como deputado e acho que é fundamental a proximidade com a população. Afinal, quem paga o salário do prefeito é a população.”
Com o conjunto arquitetônico da Pampulha alçado a patrimônio mundial, Tibé também quer dar atenção especial ao turismo. Diz que o belo-horizontino precisa recuperar a alegria de viver na cidade e ter orgulho de mostrá-la ao restante do mundo. “Já fomos uma das melhores cidades do mundo para se viver. Atualmente, somos uma cidade triste, escura, com aparelhos públicos subutilizados.” Destaca a burocracia para a liberação de eventos e diz que a dificuldade impera em Belo Horizonte. “Há uma dificuldade, morosidade, e o que vemos é que a burocracia acaba imperando em Belo Horizonte. Precisamos facilitar a realização de eventos e, ao mesmo tempo, aumentar o nosso turismo de negócios e eventos”, afirma.
Apesar de a segurança pública não ser da competência do município, Tibé também tem planos e diz que pretende enfrentar esse desafio. “Vou encarar como responsabilidade da prefeitura iluminar mais a cidade, tratar a guarda municipal de forma diferente. É preciso ter o foco na prevenção, transmitir sensação de segurança para os moradores, já que a sensação de insegurança é generalizada”, frisa.
O candidato a prefeito de Belo Horizonte é filho de Tibelindo Soares Resende, político que foi um dos fundadores do PTdoB. Em 2006, Tibé assumiu a presidência nacional do partido e, em 2007, fundou a ONG Valorizar, que oferta mais de 40 cursos gratuitos, como cuidador de idosos, esteticista facial, secretariado, culinária, informática, línguas estrangeiras, música, teatro, entre outros.
Em 2008, foi eleito vereador e, dois anos depois, se candidatou e foi eleito deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 2014. Atualmente, integra as comissões de Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (RBPM), Desenvolvimento Econômico Indústria e Comércio (CDEIC) e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Luis Tibé – 45 anos
Candidato a prefeito com coligação formada pelo PTdoB, PRT, PSL, PTC, PEN, PPL e Solidariedade
Números de Luis Tibé:
6.848 votos em 2008 – Eleito vereador de BH
58.677 votos em 2010 – Eleito deputado federal
114.948 votos em 2014 – Reeleito deputado federal
Fonte: Viver