Áreas de descompressão ganham força em projetos corporativos. Trata-se de ambientes projetados para que os colaboradores saiam da rotina e interajam com os colegas
Passar o dia todo sentado em um posto de trabalho pode ser uma rotina mais do que cansativa, torna-se uma problema de saúde. Empresas estão investindo, aos poucos, na criação de ambientes que proporcionam mais bem-estar aos funcionários, estimulando-os a sair da pressão diária. São áreas para descontrair, interagir com colegas e ficar de pé, evitando a monotonia daquela posição do escritório. Para tanto, a arquitetura entra como aliada, projetando espaços que sejam capazes de criar sensações, motivações e contribuir positivamente na qualidade de vida do trabalhador.
As arquitetas Nathália Otoni e Luciana Araújo, do escritório Óbvio Arquitetura já executaram diversos projetos com áreas de descompressão e avaliam a importância desse tipo de ambiente. “Um funcionário passa mais tempo no trabalho que, muitas vezes, em sua própria casa. Dessa forma, o ambiente deve atender às necessidades. A arquitetura é capaz de criar melhor organização de fluxos e setores, além de cuidar da ergonomia que influencia na saúde do funcionário”. De acordo com as profissionais, a composição de espaços é capaz de inspirar o trabalho, por isso os projetos devem materializar muito bem a alma das empresas.
Nesses casos, é importante que esteja clara a intenção da organização em ter uma área de descompressão, coerente com a cultura e a linguagem que o empresário deseja comunicar. “Empresas que possuem horário rígido e têm uma cultura inflexível devem ficar muito atentas. É necessário pensar no tempo que os funcionários terão para usufruir do local, além do nível de ruído que cada atividade incluída na área de descompressão gera. É interessante ouvir o desejo dos funcionários de forma que o espaço seja bem projetado”, explicam as arquitetas.
Nem precisa ser um projeto muito arrojado. Segundo Nathália e Luciana, uma copa com café e mesa acolhedora é uma boa pedida, mesmo que seja em um espaço pequeno. Outras ideias da arquiteta são mesas de jogos, além de futtons para descanso, estudo e relaxamento. Em algumas empresas há possibilidade de utilização de jardins e áreas externas que são muito aconchegantes, quando bem planejados.
Os ambientes de trabalho antigos são muito fechados e rígidos, o que não combina com a geração de jovens que ingressa no mercado. De acordo com Nathália Otoni e Luciana Araujo, o investimento das empresas em áreas de descompressão sinaliza mudança em busca de mais equilíbrio entre vida e profissão. “A qualidade do ambiente conta muito na hora de definir o local em que se deseja trabalhar e, o mais importante, permanecer. Empresas que demonstram cuidados com funcionários conseguem reter mais talentos”.