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Usiminas confirma reunião do conselho na sexta para debater injeção de recursos

3 Min leitura

O destino da Usiminas pode ser definido hoje, na reunião do Conselho de Administração, que ocorre em São Paulo. Na mesa de negociações, duas posições divergentes. Os japoneses da Nippon Steel querem aumentar o capital da siderúrgica mineira em R$ 1 bilhão, com ou sem a participação da Ternium/Techint. Para isso, pressionaram até o governador do Estado, Fernando Pimentel, em carta enviada no dia 8 de março, a apoiar o plano. No documento, acusaram o governo de não criar ambiente propício para a empresa, que teria sido prejudicada pela “corrupção no país, pelos juros, pela inflação, pela carga tributária e por questões trabalhistas”. No final do documento, solicitaram ao “senhor governador” que os apoie “para que no próximo Conselho de Administração da Usiminas seja tomada uma decisão de boa-fé sobre o referido aumento de capital”.

Na carta, a Nippon critica “a excessiva proteção do trabalhador, que resulta em um baixo índice de produtividade (na empresa), coloca todo o setor industrial (não se restringindo somente ao siderúrgico) em um ambiente de negócios muito desfavorável”.

Do outro lado da mesa, a Ternium é a favor da utilização de parte do caixa da Mineração Usiminas (Musa) e da operação de “stand still” (congelamento de dívidas) para renegociar alongamento com os bancos. A Musa poderia repassar cerca de R$ 700 milhões para o caixa da siderúrgica, evitando, assim, riscos de a Usiminas entrar em recuperação judicial. Mas os japoneses são contrários a essa proposta.

A reportagem entrou em contato com a Nippon Steel, mas eles disseram que não iriam comentar nem o teor agressivo da carta enviada ao governador do Estado, nem os planos para a reunião do conselho. Procurado, o governo também não se pronunciou. A Ternium também não quis comentar os fatos.

Nos bastidores, a insistência da Nippon Steel em defender o aporte de R$ 1 bilhão, mesmo sozinha, é uma clara intenção de obter o controle absoluto da empresa, diluindo a participação dos sócios minoritários que não acompanharem a chamada de capital. O plano da Ternium, de usar recursos da Musa e congelar dívidas, evitaria a concentração das ações. Assim, abriria a oportunidade de se chegar à melhor oferta para os dois majoritários liquidarem um ao outro, comprando pelo melhor preço o pacote integral de ações do oponente.

Os minoritários que apoiaram a virada de mesa e a saída dos argentinos ligados à Ternium, conforme apurado pela reportagem, tendem a recusar a proposta da Nippon, e, junto com a Ternium, retomar as rédeas da Usiminas. Assim, aprovariam a recapitalização com a transferência do caixa da Musa em cerca de R$ 700 milhões, dando sinal verde para um plano de recuperação.

Existe também, segundo informações de bastidores, uma espécie de divórcio sendo costurada. A divisão dos ativos, proposta inicialmente pela Nippon, estaria sendo avaliada pela Ternium. Nesse caso, os japoneses comprariam ações dos ítalo-argentinos, que, por sua vez, comprariam os ativos da Cosipa, hoje paralisados. Essa operação elevaria o caixa da Usiminas sem aumento de capital e manteria o caixa da Musa como colchão para passar pelas crises de 2016 e 2017.

Ações despencaram na Bolsa

O valor necessário para socorrer a Usiminas deve ser conhecido hoje. A diretoria da empresa apresentará ao Conselho de Administração uma proposta sobre a melhor forma de capitalizar a siderúrgica, que registrou prejuízo de R$ 3,7 bilhões em 2015. A dívida, com vencimentos até 2018, é de aproximadamente R$ 7 bilhões.

A dívida é três vezes maior do que o caixa, que estava em pouco mais de R$ 2 bilhões em dezembro do ano passado, sendo que R$ 1,3 bilhão estão alocados na Mineração Usiminas (Musa) e não podem ser usados por resistência dos sócios japoneses.

A apresentação de alternativas está sendo aguardada desde meados de fevereiro. Em sua última reunião, o conselho convocou a diretoria para apresentar soluções no início de março. Uma das possibilidades esperadas é a divisão de ativos entre os controladores, ficando os ítalo-argentinos com a antiga Cosipa (Cubatão) e os japoneses com a unidade de Ipatinga.

A situação vem pulverizando o valor de mercado da empresa. O valor das ações ordinárias era de R$ 10,97 em 10 de setembro de 2015. Nesta quinta, fechou em R$ 4,91, mas já chegou a estar na casa dos R$ 3. A ação preferencial caiu de R$ 4,24 para R$ 2,11 no mesmo período, mas já chegou a cair para menos de R$ 1.

CRÉDITO
Confira a íntegra da carta

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As informações são do jornal O TEMPO

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